A série de que hoje vos venho falar, Reign, estreou em 2013, e terminou este mês a sua segunda temporada, contando actualmente com 44 episódios e estando já renovada para uma terceira temporada.
Centra-se na vida da rainha da Escócia, Mary Stuart (Adelaine Kane), que viveu durante o século XVI, e que na sua juventude foi viver na França, enquanto aguardava o seu casamento com o príncipe herdeiro Francis (Toby Regbo). Juntamente com as suas damas de companhia, ela terá de se adaptar à vida numa corte cheia de intrigas, esquemas políticos e forças sobrenaturais.
Reign é uma série que acompanho desde que estreou e que me cativou maioritariamente por ser uma série de época. Sabia de antemão que não ia ser de todo fiel ao período que retrata, pois afinal trata-se de uma série da CW, um canal com conteúdos mais juvenis, e sempre com um toque de fantasia. Apesar disso dei-lhe uma hipótese, até porque também queria uma série que não me “desse muito trabalho”; ou seja, com uma história simples e que fosse fácil de seguir. Deste modo, Reign tem sido até agora o meu guilty pleasure.
Como é que vos hei-de descrever esta série? Bem, imaginem as típicas personagens de um teenage drama: a protagonista corajosa e ingénua, as amigas à la Sex and The City, os dois galãs que compõem o triângulo amoroso, e os antagonistas misteriosos. Conseguem? Ok, agora imaginem que os transportavam para a França do século XVI, com direito a um vestuário deslumbrante, mas que mantém muitas das características do século XXI, e que estes personagens retêm ainda a linguagem e comportamentos desse século. Finalmente, acrescentem-lhe seres misteriosos que assombram o castelo onde estes personagens vão viver. Pronto, esta amálgama é Reign.
Com um elenco recheado de caras bonitas e com algum talento, Reign soube criar personagens relativamente interessantes, especialmente o par protagonista, e os seus antagonistas, o casal real Henry e Catherine. Esta última, em particular, é provavelmente a personagem mais complexa e que mais gosto de ver nesta série.
Com uma história simples e diversos clichés, Reign sobrevive por não se levar muito a sério, e porque acima de tudo proporciona uma fonte de entretenimento fácil e com qualidade. Na minha opinião, a segunda temporada até começou bastante melhor do que a primeira, com episódios com mais reviravoltas e acção, e mais crescimento dos personagens, especialmente de Francis, mas a meio da temporada arriscou uma mudança extrema na protagonista e que a transformou em alguém... insuportável. As restantes personagens mantiveram os seus traços iniciais, mas o meu problema é que aquelas que ainda "aturava" na primeira temporada, começaram a fartar-me imenso nesta segunda. Tanto é que nos últimos episódios cheguei a passar várias partes à frente. E quando eu começo a fazer isto já sei, é sinal de que estou cansada dessa série, de que cheguei ao limite com ela, e de que não vale a pena insistir.
De modo que esta é a minha primeira e última crítica a Reign. Foram apenas dois anos com ela, mas não vou regressar para a terceira temporada. Vou ter pena de abandonar algumas das personagens (Francis, Catherine e Narcisse, I'll miss you), bem como o luxuoso guarda-roupa que me fazia sempre babar, mas considerando todos os contras que pesam contra ela vai ter mesmo de ser. Para além disto, já não acho que faça sentido ver uma série pelas razões pelas quais a iniciei, quando há tantas séries de grande qualidade à minha espera (e filmes! e livros! e etc.).
Farewell and goodbye!
Classificação 6/10 (tem 7.7 no IMDb)