Life in Pieces é uma série de comédia americana da CBS que estreou em Setembro passado, e cuja existência eu descobri através dos actores que fazem parte do seu elenco. A sinopse não me pareceu particularmente interessante, mas atendendo aos actores e à minha vontade de ver uma comédia nova e "fresquinha", decidi dar-lhe uma hipótese. A primeira temporada terminou recentemente, e conta com 22 episódios, sendo que ainda não é sabido se irá ser renovada ou não.
A história foca-se na família Short, composta por 3 gerações. John e Joan (James Brolin e Dianne Wiest) são os pais de Heather (Betsy Brandt), Matt (Thomas Sadoski) e Greg (Colin Hanks). Por sua vez, Heather é casada com Tim Hughes (Dan Bakkedahl), e são pais de Tyler (Niall Cunningham), Samantha (Holly J. Barrett) e Sophia (Giselle Eisenberg). Greg é casado com Jen (Zoe Lister-Jones) e são os pais da bebé Lark. Matt, o filho do meio, é divorciado e começa a namorar com Colleen Ortega (Angelique Cabral).
A originalidade da série está na forma como as histórias destes personagens são contadas: cada episódio é dividido em quatro segmentos, em que cada um se foca na narrativa de um destes núcleos, ou na junção de todos os personagens. Cada segmento não está necessariamente relacionado com os outros.
Greg, Jen e Lark; John e Joan; Heather, Tim e os três filhos; Matt e Colleen
Inicialmente, a série assemelhava-se a tantas outras que abordam este tema das relações familiares. Confesso que pensei em ficar-me apenas pelo piloto, mas decidi persistir. Valeu a pena, porque à medida que os episódios vão avançando, a série vai melhorando, encontrando o seu lugar e aquilo que funciona para cada personagem. Os episódios finais, por exemplo, foram os melhores da temporada.
Tendo em conta a estrutura em pieces dos episódios, existem sempre segmentos ou histórias que me agradam mais do que outros. Por exemplo, as histórias de Jen e Greg foram sempre as melhores. Colin Hanks e Zoe Lister-Jones têm química, são carismáticos e criam um adorável casal que se inicia na aventura da parentalidade. Também gostei bastante do casal formado pelo bonacheirão e descontraído Tim e pela mais stressada Heather. Já as crianças/adolescentes deixaram a desejar. Não lhes consegui achar muita piada. Relativamente a Matt, penso que os segmentos que lhe atribuem com a namorada não funcionam. Colleen até nem é uma má personagem, mas as histórias que lhes dão são continuamente fracas. Quando está no meio da sua família, Matt brilha e rouba muitas vezes o protagonismo, mas com Colleen apaga-se. Finalmente, os pais e avós John e Joan são o casal que une todos os outros, que assume grande parte da excentricidade, mas também da sabedoria. Se separados cada um destes núcleos funciona bem, quando todas as personagens se juntam é quando a série cresce mais, ao vermos as hilariantes interacções entre todos eles.
Life in Pieces não é, de todo, a série mais original e brilhante de sempre, nem a melhor estreia desta época, mas é uma série de comédia competente, com boas histórias, boas interpretações e que cumpre o seu objectivo: fazer rir. Enquanto assim se mantiver, cá estarei para acompanhar.
Classificação: 7/10