Chérie, hoje apetecia-me ver... The Big Lebowski
Recentemente decidi-me a ver este The Big Lebowski, ou em português O Grande Lebowski, um filme de 1998 realizado e escrito pelos irmãos Joel e Ethan Coen. Estava um pouco apreensiva, porque nenhum dos três filmes que vi destes realizadores me apelou particularmente, e também não sabia praticamente nada sobre este filme. Geralmente conheço os resumos da histórias, vi os trailers e li comentários/opiniões sobre os filmes que vejo, mas neste caso estava em branco. Desta forma, não tinha criado expectativas, o que me permitiu encarar este filme de uma forma aberta e sem nenhum ideia pré-concebida na minha cabeça.
Ao contrário do que costumo fazer nas outras críticas que tenho escrito, não vos vou contar do que trata este filme, nem vou escrever um resumo dos acontecimentos que levam a que esta história se desencadeie. E porquê? Porque a minha experiência de ver este filme "às cegas" foi extremamente positiva, não só pela qualidade do filme, mas porque tudo era novo para mim, as cenas, as personagens, os diálogos, etc., o que me permitiu apreciar o filme de uma maneira diferente. Ou melhor, tudo tudo, não. O único facto que eu sabia era que o personagem principal deste filme era o Dude, interpretado por Jeff Bridges, mas num filme de quase 2h este elemento é insignificante.
Desde o primeiro momento que este filme nos causa uma sensação de estranheza. Entramos de rompante na vida deste Dude sem saber nada sobre ele, e pouco tempo depois vemo-nos envolvidos numa valente embrulhada que tenderá a complicar-se ao longo da acção, qual bola de neve. Cada cena consegue ser mais estranha do que a anterior, tanto que passei boa parte do filme, já envolvida no seu espírito, a murmurar "Dude, seriously wtf, man?". Mas é precisamente essa estranheza, associada a um sentido de humor negro, que fazem deste filme uma excelente comédia, muitíssimo original.
Apesar de ter adorado a história, que cena após cena se tornava cada vez mais interessante e mirabolante, com diálogos divertidíssimos e que só apetece repetir vez após vez, para mim o ponto mais forte deste filme foi o espantoso elenco reunido. Jeff Bridges é o carismático e boa onda Dude, e não consigo imaginar mais ninguém a fazer tão bem este papel. A ele juntam-se John Goodman, Steve Buscemi, Julianne Moore e Philip Seymour Hoffman nos principais papéis, com personagens excêntricas e cheias de peculiaridades que fazem delas verdadeiros achados. De referir também David Huddleston, Sam Elliott, Peter Stormare, John Turturro e David Thewlis.
A nível de prémios, este filme passou incólume nas principais cerimónias, sem receber nomeações, mas ao longo dos anos tem adquirido um estatuto de filme de culto pelos seus fãs, com direito a um festival nos EUA, e outro no Reino Unido e, espantem-se!, até foi fundada uma religião tendo por base a filosofia do Dude, chamado Dudeísmo!
Sinceramente, não esperava gostar tanto deste filme, e fui surpreendida pelo quanto me consegui rir com ele, e relacionar-me com os personagens. Não deixem de ver!
Classificação: 8/10