Séries da minha vida #18 Once Upon a Time
Era uma vez...
Sempre foi assim que as histórias de encantar que povoaram a nossa infância de sonhos, magia, fadas, princesas e animais falantes começavam. Assim que ouvíamos estas três palavrinhas sabíamos que nas próximas horas seríamos transportados para reinos longínquos para junto dos nossos personagens favoritos, e que com eles íamos rir, chorar, sonhar e aprender.
Mas... e se afinal essas personagens dos contos de fadas fossem reais? E se vivessem no nosso mundo, escondidas numa cidadezinha chamada... Storybrooke? E se essas personagens estivessem presas nesse lugar, vítimas de uma maldição que lhes retirou todas as suas recordações do seu mundo, condenando-as a vidas sem significado? E se...
Esta é a premissa da série americana Once Upon a Time (Era Uma Vez em Portugal), estreada em 2011, e que conta actualmente com 4 temporadas, estando já renovada para a quinta. Cada uma conta com cerca de 20 e poucos episódios de 40 minutos cada um, num total de 89 episódios.
Inicialmente foi uma série que prometi a mim própria que não ia ver, porque tinha uma embirração com uma das actrizes (um motivo deveras parvo, tenho perfeita noção disso, e hoje até gosto dela), e porque toda a gente me vinha dizer que tinha de ver esta série, e eu convenci-me que era muito mainstream para mim (again, motivo parvo). Mas houve um dia em que ao fazer zapping na televisão me deparei com o episódio piloto e resolvi ver para experimentar. Contrariamente ao que esperava, gostei bastante desse episódio. Damn, I was hooked.
No entanto, acabei por não a acompanhar desde essa altura, e adiei-a durante algum tempo. Depois de espreitar episódios "salteados" decidi-me há cerca de 2 anos a vê-la "à séria", e actualizar-me a tempo do fim da terceira temporada. E é desde essa altura que sigo esta fabulosa série. A 4ª temporada terminou em meados de Maio e, apesar de ter visto o final nessa altura, só agora tive oportunidade de vos escrever a minha opinião.
A história foca-se, como referi, nas personagens de contos de fadas que vivem aprisionadas em Storybrooke, uma cidade localizada no estado do Maine, nos EUA. Mas os seus futuros estão prestes a mudar graças a um rapazinho muito especial chamado Henry (Jared Gilmore), que sabe a verdadeira história destas personagens, e que está disposto a lutar para lhes devolver as suas identidades. Para isso, ele parte em busca de Emma Swan (Jennifer Morrison), a sua mãe biológica e que é, nada mais, nada menos, do que a filha da Branca de Neve (Ginnifer Goodwin) e do Príncipe Encantado (David Nolan), enviada para o nosso mundo antes de a maldição ser lançada, para que um dia pudesse salvar os seus. Pode parecer que vos estou a contar um enorme spoiler, mas esta explicação é-nos dada logo no piloto.
Rapidamente, esta série se tornou numa das minhas favoritas. Tem uma história bem definida que alterna geralmente entre as vidas destes personagens em Storybrooke e na Floresta Encantada, e que permite ir-nos dando pistas sobre as identidades dos personagens, as suas características e os seus objectivos a longo prazo. Especialmente na primeira temporada, acaba por ser como se revivessemos cada um dos nossos contos de fadas favoritos, um episódio de cada vez.
Além desta estrutura muito interessante, um dos factores mais positivos desta série é conseguir aliar vários géneros televisivos numa (quase) perfeita combinação: temos obviamente uma série de fantasia com momentos dramáticos, que aumentam à medida que nos vamos afeiçoando aos personagens, momentos bem divertidos e muita adrenalina e suspense que nos deixam em pulgas para ver mais um episódio.
Mas esta série não seria nada se não fosse pelo seu gigante e muitíssimo competente elenco. Grandes actores que interpretam exemplarmente persongens que são já de si icónicas, e que portanto representam um desafio ainda maior de corresponder às expectativas que o público tem. Felizmente, este elenco consegue estar à altura e trazer ainda muitas características e particularidades aos nossos personagens de contos de fadas que os engrandecem. Obviamente, têm existido alguns castings não tão bem feitos, mas são a excepção e não a regra. Tenho vários personagens favoritos, mas a Evil Queen Regina (Lana Parrilla) e o Dark One Rumplestiltskin (Robert Carlyle) são absolutamente irresistíveis e ao longo destas temporadas têm sido as estrelas da companhia.
Em termos de pontos negativos, o mais óbvio são os efeitos especiais. Sendo uma série que lida com elementos fantasiosos, é natural que certas criaturas míticas, castelos e afins tenham de ser criados recorrendo a efeitos especiais, no entanto, não sei se devido à falta de orçamento ou a uma má distribuição deste, a verdade é que os ditos efeitos têm sido sempre muito fraquinhos, embora com algumas melhorias ao longo do tempo.
As temporadas têm sempre tido um nível bastante consistente, sendo a primeira e a segunda as minhas favoritas. Já esta última, apesar de satisfatória, foi sem dúvida a pior. Os vilões apresentados não estiveram à altura, e o desenrolar da acção foi muito lento e sem grandes momentos. Felizmente que o final compensou bastante os restantes episódios, o que me faz crer que a quinta temporada será bastante melhor.
Já me alonguei demasiado, mas teve mesmo de ser. Se ainda não viram, e tinham reticências como eu, acreditem que vale mesmo a pena!
Classificação: 9/10
P.S.1 Para os que se decidirem a ver a série pela primeira vez, hão-de reparar que a sequência inicial varia conforme os personagens e temas que vão ser abordados nesse episódio. É um dos aspectos mais característicos desta série.
P.S.2 Existe um spin-off desta série chamado Once Upon a Time in Wonderland, e focado, obviamente, nas histórias de Alice. Tem apenas uma temporada, e embora não esteja ao nível da série original, está bastante bom, e vai melhorando no decurso dos episódios. A minha sugestão é que vejam depois da 3ª temporada de OUAT, porque é de 2013.