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La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

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Séries da minha vida #29 Masters of Sex

Estreada em 2013 no canal Showtime, a série Masters of Sex é baseada num livro com o mesmo nome, e retrata o trabalho pioneiro acerca da sexualidade humana realizado pelos investigadores William "Bill" Masters e Virginia Johnson. A terceira temporada terminou recentemente, sendo que esta série já se encontra renovada para uma quarta temporada. Até agora existem 36 episódios disponíveis, de cerca de uma hora, distribuídos igualmente por cada temporada.

Acompanho esta série desde o ano de estreia, sendo que me chamou imediatamente à atenção por diversos factores. Em primeiro lugar, sempre gostei de séries de época, assim como séries relacionadas com a saúde e com a medicina. Aliar estas duas vertentes tornou-se logo apelativo. Depois os actores: Michael Sheen (William Masters) é um actor consagrado na televisão e cinema, e Lizzy Caplan (Virginia Johnson) é uma actriz que já tinha acompanhado em várias comédias e com quem simpatizei. Finalmente, o tema: o sexo ainda continua a ser um tema polémico e tabu, mas a verdade é que hoje já temos bastante conhecimento acerca da sua fisiologia e psicologia. Ora, como é que todo este conhecimento surgiu? Quem foram "os descobridores" que desafiaram convenções e preconceitos acerca deste tema? A resposta, meus caros, é Masters & Johnson.

 

Masters of Sex Poster.jpg

 

A acção decorre durante os anos 50 e 60, e inicia-se quando o estudo sobre a sexualidade humana não passava de um esboço na cabeça de Bill Masters, médico ginecologista e obstetra de renome. Ambicioso e com uma enorme fome de saber, Bill procura ser o pioneiro numa área da qual mal se ouvia falar, mas afiguram-se-lhe diversas dificuldades, tendo em conta o tema. Mais tarde, surge em cena Virginia Johnson, uma mulher divorciada e mãe de dois filhos, que encara o sexo com naturalidade, e que vê no possível estudo de Bill uma forma de adquirir conhecimento, e de trilhar o seu próprio caminho, reafirmando-se como mulher independente. Os dois complementam-se, pois enquanto que Bill tem o conhecimento científico, falta-lhe a capacidade de se relacionar com os outros, demonstrando diversas dificuldades em lidar quer com os seus colegas e superiores, quer com as suas cobaias. Já Virginia é precisamente o oposto: impedida de estudar por ter engravidado, ficou com a curiosidade de saber mais, mas é uma pessoa extremamente empática, e que tem facilidade em relacionar-se com os outros, além de ser mais despachada e activa do que Masters. Assim, os dois iniciam uma colaboração que, na vida real, viria a durar várias décadas, contribuindo para várias descobertas e para desmentir vários mitos.

 

Masters of Sex - Bill e Virginia.JPG

 

O sexo é o tema central de Masters of Sex, não só pela investigação que é feita acerca deste assunto, mas também porque esta série aborda muito mais do que a investigação feita por Masters e Johnson, focando-se também nas suas vidas pessoais, e nas dos muitos personagens secundários que povoam a série. As cenas de sexo são tratadas naturalmente, por vezes com erotismo, por vezes com humor ou embaraço, mas sempre sem pudor. Tendo em conta o tema, seria fácil para uma série como esta cair no ordinário, ou na nudez excessiva e gratuita, mas Masters of Sex nunca comete esse erro. Mais do que o sexo em si, também temas que lhe estão associados como a impotência, a frigidez, os abusos sexuais, o assédio, a homossexualidade, a bigamia, a infidelidade, a infertilidade, e outras disfunções sexuais são abordados nesta série que, à semelhança dos seus personagens principais, é também ela bastante inovadora.

Bill e Virginia são duas personagens extremamente complexas, que a série vai desenvolvendo pouco a pouco, e que são impecavelmente interpretados por Sheen e Caplan. É fácil relacionarmo-nos com Virginia e com as suas decisões e emoções, mas Bill é o verdadeiro quebra-cabeças da série, cheio de contradições, com tantos defeitos como qualidades, e que mantém sempre uma postura de distanciamento face a tudo e todos. O triângulo principal da série é fechado com a mulher de Masters, Libby (Caitlin FitzGerald), uma personagem insegura, mas que é, aparentemente a mulher perfeita. São vários os personagens secundários dignos de menção, mas existem dois que acho que são particularmente importantes, embora nem sempre bem desenvolvidos: Barton Scully (Beau Bridges) e a mulher Margaret (Allison Janney).

 

Masters of Sex Personagens.JPG

 

Na minha opinião, a primeira temporada é até agora a melhor da série, sendo que a segunda está quase ao mesmo nível, embora os temas retratados não sejam sempre tão interessantes como na primeira. Já esta terceira temporada deixou muito a desejar face à qualidade das duas anteriores. Penso que o grande problema foi falta de organização da parte dos argumentistas e produtores, que não souberam como articular os eventos seguintes das vidas destes personagens, o que conduziu a episódios confusos, e algo desligados uns dos outros, em que as histórias foram mais fraquinhas, e em que houve personagens a deambular por ali em que nenhuma história de jeito lhes fosse atribuída (este problema também já se tinha verificado na segunda temporada). 

Vou continuar a acompanhar, mas confesso que as minhas expectativas baixaram para a próxima temporada. Continuo a querer saber o que vai acontecer aos três personagens principais, e ao trabalho desenvolvido por M&J, especialmente tendo em conta os acontecimentos do último episódio.

 

Classificação: 8/10

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