Séries da minha vida #38 The Bletchley Circle
Hoje trago-vos uma mini-série inglesa que talvez seja desconhecida para a maioria, e da qual, até há bem pouco tempo, eu nunca tinha ouvido falar: The Bletchley Circle. Talvez me tivesse passado completamente despercebida, se não fosse pelo facto de uma das protagonistas ser uma actriz de quem gosto muito, .
Para aqueles que conhecem bem a história do Reino Unido durante o tempo da 2ª Guerra Mundial, o nome "Bletchley" não lhes será certamente desconhecido. Já eu confesso-me uma leiga na matéria. Vi o filme The Imitation Game, cuja história é precisamente ambientada nessa época, mas entretanto já nem me lembrava da importância de Bletchley durante a guerra, pelo que já podem ver como o meu conhecimento é diminuto. Apesar disso, resolvi dar uma hipótese a esta série, sem grande convicção, mas que acabou por me conquistar.
Ora bem, a série foca-se em quatro mulheres que trabalharam em Bletchley Park durante a guerra, em funções relacionadas com a descodificação dos códigos das mensagens alemães. Anos depois, estas mulheres estão reintegradas na sociedade, em funções completamente normais, e escondem de todos o seu passado brilhante. Susan Gray (Anna Maxwell Martin) rendeu-se a uma vida pacata e rotineira de dona de casa, mas está ávida por voltar a desempenhar um trabalho que a estimule.
As notícias sobre os sucessivos homicídios de algumas raparigas capturam a sua atenção, e Susan dedica-se a tentar encontrar um padrão que lhe indique uma pista para o assassino. Mas ao reconhecer que as suas capacidades são insuficientes, resolve procurar as suas colegas de Bletchley: Millie (Rachel Stirling), Jean (Julie Graham) e Lucy (Sophie Rundle). Embora reticentes inicialmente, cada uma delas decide ajudar Susan a resolver o caso.
Cada uma destas mulheres apresenta os seus pontos fortes, que se complementam entre si, formando uma equipa coesa, sensata e inteligente. As actrizes que dão vida a estas personagens fazem um trabalho excelente, o que aliado a histórias bem construídas, e com bons valores de produção, criam uma série com grande qualidade que, não sendo a mais original, consegue cativar-nos pelas personalidades das protagonistas, e pelo argumento.
A primeira temporada estreou em 2012, é composta por 3 episódios e é altamente viciante. Eu não descansei em quanto não a vi toda. Além de a história ter um tema atractivo, apresenta várias reviravoltas e muitos momentos de tensão e adrenalina que tornam impossível não querer saber o que vai acontecer a seguir.
A segunda temporada é de 2014 e tem 4 episódios, divididos por 2 histórias distintas. Depois de ter visto a primeira temporada, as minhas expectativas estavam muito altas e confesso que fiquei um pouco desiludida, porque além de as histórias serem mais medianas e não terem tanta acção, também não houve tantas surpresas. Penso que a série também falhou ao apressar a resolução dos casos, tornando tudo demasiado fácil, enquanto que na primeira temporada isso não se verificou.
Se gostarem de séries de época, em especial do pós-guerra, e se estiverem à procura de uma série com protagonistas femininas fortes e com personalidade, então de certeza que vão gostar desta série. Vale mesmo a pena darem uma hipótese, nem que seja apenas à primeira temporada.
Classificação: 8/10