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La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

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Chérie, hoje apetecia-me ver... Spirited Away

Hoje temos uma estreia aqui no blog: pela primeira vez temos um filme japonês nesta nossa rubrica. E o filme de que vos venho falar é talvez o mais conhecido do Estúdio Ghibli. O título original traduzido do filme é Sen to Chihiro no kamikakushi. Esta última palavra significa o desaparecimento ou morte misteriosa de uma pessoa, palavra essa que pode ser traduzida em spirit away, e daí o título em inglês do filme: Spirited Away. Contudo, acho que ainda assim prefiro o título que foi atribuído em Portugal: A Viagem de Chihiro. Tanto a realização como o argumento são de Hayao Miyazaki.

O filme estreou em 2001 no Japão, um ano mais tarde nos Estados Unidos, e só chegou a Portugal em 2003, ano em que viria a receber o Óscar de Melhor Filme de Animação. Foi o primeiro filme, e até agora único, do Estúdio Ghibli a receber este prémio, tendo sido também o primeiro vencedor numa língua que não o inglês. É considerado um filme excelente em sites dedicados ao cinema, como o Metacritic, o Rotten Tomatoes e no IMDb, onde se encontra na 29ª posição do Top dos 250 filmes com melhor pontuação.

Posto tudo isto, como podem imaginar, a minha expectativa era altíssima. Este não foi o primeiro filme que vi do Estúdio Ghibli, mas era um dos filmes mais característicos deste estúdio, e segundo tinha lido, um favorito de várias pessoas.

Spirited Away.jpg

 

A protagonista deste filme é Chihiro, uma menina de 10 anos que se muda para outra localidade juntamente com os seus pais. Durante a viagem, o pai engana-se no caminho, e acabam por terminar junto ao que parece ser um parque de diversões abandonado. Os pais decidem explorá-lo e Chihiro acompanha-os contra a sua vontade. A família acaba por ficar presa nesse local que se revela na realidade um mundo mágico. Chihiro vê-se obrigada a esconder-se e a arranjar uma forma de salvar os pais e regressar a casa. Para isso terá de trabalhar para a proprietária do local: a tirânica Yubaba, que gere aquele espaço que é na verdade uma casa de banhos, e que aprisiona os seus trabalhadores roubando-lhes os seus nomes. Para conseguir sobreviver e vingar num mundo que não é o seu, Chihiro contará com a ajuda de outros trabalhadores do local, e principalmente do misterioso Haku. 

 

A Viagem de Chihiro - Spirited Away.jpg

 

Comecemos pelos pontos fortes. Se ainda não viram o filme, mas já puderam apreciar as imagens acima, certamente repararam na beleza deste filme. A animação tem um visual extremamente colorido, mas sem cair em exageros. O interior da casa de banhos e das propriedades de Yubaba contrasta pela sua opulência visual e cromática, com o mundo que o rodeia, com um visual colorido, mas muito mais pacífico e tranquilizante. Ao ver este filme é fácil sentirmo-nos numa pintura um tanto ou quanto extravagante, mas belíssima. 

Relativamente à história, é aqui que começam os meus problemas com o filme. Este pode ser dividido em três segmentos: a entrada no mundo mágico e a adaptação de Chihiro ao mesmo; a sua "viagem", em que a protagonista cresce e lida com os seus problemas, e a resolução. A partir da segunda parte existe um excesso de histórias a decorrer ao mesmo tempo, e demasiadas personagens pouco trabalhadas, e pelas quais não senti grande afecto. Acima de tudo há uma enorme excentricidade que torna o filme, a meu ver, estranho, bizarro e até confuso. Creio que isso pode dever-se em parte ao meu desconhecimento do folclore e tradições culturais japonesas, mas ainda assim penso que é demais. 

Em geral, eu até gostei do filme, só que acho que teve um ritmo inicial demasiado lento, e que no final tudo se resolveu muito facilmente. Isto a juntar aos defeitos que lhe apontei antes, fazem com que o filme para mim não tenha funcionado. Foi decente, mas esperava muito mais. É certo que a história tem várias metáforas e críticas à sociedade que o tornam mais complexo e com "recheio", mas ainda assim não foi suficiente para o que esperava.

Talvez quando o veja uma segunda vez, daqui a uns tempos (talvez anos) faça outra leitura sobre este filme que é considerado uma obra-prima, e consiga perceber nele o fascínio que outros sentem por ele. Ou talvez não, e assim conclua que este filme não é para mim. 

 

Classificação: 6/10

Quero Tanto Ver #19 Finding Dory

Acho que qualquer pessoa que tenha visto o filme À Procura de Nemo (Finding Nemo), e que o tenha adorado (como eu), terá ficado extremamente feliz quando soube que ia ser feita uma sequela, À Procura de Dory (Finding Dory), mais de dez anos depois do primeiro filme. Este tempo tão longo entre os dois filmes reflecte a filosofia da Pixar em não apostar precipitadamente em sequelas, que fiquem abaixo da qualidade do filme original, tanto é que foram poucos os filmes que tiveram direito a uma continuação, e quase sempre vários anos depois.

Assim, apesar de saber que a maioria das sequelas tem correspondido às expectativas, eu estou num misto de felicidade e dúvida face à qualidade do filme. Espero sinceramente que a sequela não me desiluda, muito pelo contrário. Estou ansiosa para voltar a ver todas aquelas personagens que me fascinaram há anos atrás, quase como reencontrar velhos conhecidos. Mas, claro está que o filme para mim só vai funcionar se o vir na versão portuguesa, porque para mim a Dory e a Rita Blanco são indissociáveis.

Em Junho já sabem, temos encontro marcado no cinema.

 

Chérie, hoje apetecia-me ver... Shaun the Sheep Movie

Assim que soube que ia estrear um filme tendo como protagonista a ovelha Choné, este entrou imediatamente para a minha watchlist. A verdade é que apesar de nunca ter visto muitos dos episódios da série homónima, do pouco que vi sempre gostei muito das aventuras da Choné e das outras ovelhas, pelo que tinha de ver o filme. Este estreou no ano passado com o título Shaun the Sheep Movie, ou A Ovelha Choné - o Filme, e é o sexto filme da Aardman Animations, um estúdio britânico de animação fundado em 1972, e que se tornou célebre pela utilização da técnica de stop-motion.

O filme da ovelha Choné está nomeado ao Óscar de Melhor Filme de Animação, categoria na qual também foi nomeado nos Golden Globes, e na qual foi vencedor no Festival de Toronto. Para os fãs do filme há boas notícias: está agendada uma sequela para 2018!

 

Shaun the Sheep Movie - A Ovelha Choné, o Filme.j

A história do filme é muito simples: a ovelha Choné está farta da sua vida rotineira de trabalho, e anseia por um dia de folga e descanso. Assim, arquitecta um plano juntamente com as outras ovelhas que lhes permita ter um dia de férias sem que o Agricultor e o cão Bitzer o saibam, ou as tentem impedir. Contudo o plano corre bem demais, e as ovelhas vêem-se envolvidas numa aventura cheia de adrenalina: devido a um acidente têm de viajar até à Grande Cidade para resgatar o Agricultor. Cabe à ovelha Choné, a mais inteligente e destemida do grupo, assegurar-se de que o grupo consegue completar a sua missão e regressar a casa a salvo.

Shaun the Sheep Movie - Ovelha Choné.jpg

O filme da ovelha Choné é a resposta para todos os que procuram um bom filme de animação, que entretenha toda a família. Apropriado para as crianças, mas também com muitas referências que só os mais "crescidos" vão entender, este filme com quase 1h30m consegue ser divertido e amoroso do início ao fim. Foram vários os momentos em que me ri até às lágrimas, e houve outros tantos muito enternecedores, graças à relação especial que existe entre este rebanho de ovelhas muito singular, e aqueles que as rodeiam.

E claro, a Choné e as outras ovelhas são super fofinhas, e eu fiquei a gostar ainda mais delas!

Eu gosto bastante deste tipo de animação em stop-motion, e neste filme nenhum pormenor foi descurado. Depois de ver o filme, não pude deixar de pensar no imenso trabalho que os animadores tiveram para fazer um filme tão perfeito do ponto de vista visual. Até porque este filme tem a particularidade de não ter diálogos. A comunicação é inteiramente feita por onomatopeias e sons, e principalmente através do meio visual. E garanto-vos que não há qualquer problema em acompanhar ou entender a história.

Relativamente a pontos fracos, obviamente que num filme deste género não é muito difícil adivinhar o rumo da história, nem o fim, mas ainda assim, a história consegue apresentar alguns momentos surpreentes. Como outra nota negativa, não gostei mesmo nada do vilão. Claro que é suposto não gostarmos dele, pelo que a minha afirmação pode parecer descabida, mas eu refiro-me ao facto de ser um vilão muito básico, que já vimos em dezenas de outros filmes. Para os mais novos chega, mas eu esperava mais.

 

Canção super fofinha para um filme super fofo!

 

Classificação: 7/10

P.S. Dêem uma espreitadela aos outros posters do filme, que são bem divertidos, e que eu só descobri enquanto fazia a pesquisa para este post!

Chérie, hoje apetecia-me ver... Hotel Transylvania 2

Hoje trazemo-vos a sequela de um filme de animação muito querido aqui no blogHotel Transylvania. O segundo volume estreou três anos após o original, em 2015, pela mão da Sony pictures Animation, escrito por Robert Smigel e dirigido por Genndy Tartakovsky.

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Hotel Transylvania 2 avança na linha temporal, encontramos Mavis (Selena Gomez) casada com Johnny (Andy Samberg). O casal tem agora um pequeno rebento, Dennis, que ainda não demonstrou a sua natureza vampiresca. Drac (Adam Sandler) tenta a todos os custos provar que o seu neto é, de facto, um vampiro. Segundo a lenda, apenas será vampiro se se transformar ate ao seu quinto aniversário, que se realizará em breve. Desde modo, aproveitando a ausência de Mavis, que visita a família de Jonnhy, na América, o avô Drácula organiza uma pequena expedição para por à prova o pequeno Dennis. Drac, juntamente com os seus amigos, Murray, Frank e Wayne, tenta mostrar ao seu neto quais as skills que um verdadeiro vampiro deve adquirir. No entanto, nem tudo corre como planeado e Mavis acaba por descobrir o plano do seu pai.

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Nesta sequela falta a graça natural que o primeiro filme apresentava. Também os momentos musicais, que tanto nos fizeram rir no primeiro filme, são aqui escassos, deixando muito a desejar. A história, apesar de bem concebida, é desenvolvida com alguma rapidez, parecendo acontecer num ápice. Tinha grandes esperanças nesta sequela, visto que adorei o primeiro, no entanto, toda essa esperança foi por água abaixo. Mavis, Johnny, Dennis e o Conde Drácula não tiveram o desenvolvimento merecido, ficando aquém das expectativas.

 

Classificação: 6/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... The Good Dinosaur

The Good Dinosaur ou, A Viagem de Arlo, como ficou conhecido em Portugal, é um filme de animação de 2015.

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Sendo o décimo sexto filme animado produzido pela Pixar Animation Studios, está actualmente nomeado para o Globo de Ouro de Melhor Filme de Animação.

Numa linha temporal alternativa, o asteróide que supostamente iria extinguir os dinossauros, passou ao lado do planeta Terra, deixando a espécie exactamente onde se encontrava. Milhões de anos mais tarde, conhecemos uma família de Apatossauros agricultores – o pai Henry (Jeffrey Wright), a mãe Ida (Frances McDormand) e os três filhos, Buck, Libby e Arlo. Todos têm que auxiliar nas tarefas diárias da fazenda, sendo que, ganham o direito a ter a sua marca no depósito de cereais, quando fizerem algo digno e merecedor de tal condecoração. Buck é o primeiro a conseguir, seguindo-se Libby, porém, Arlo, devido à sua natureza medrosa, não consegue atingir esse feito. O pai, que sempre apoiou Arlo, incentiva-o a tomar conta da armadilha contra criaturas (humanos), sendo que deverá matar qualquer um que fique aprisionado. Escusado será dizer que, o pequeno Apatossauro não consegue. O pequeno humano foge e, Arlo e o progenitor perseguem-no. No entanto, surge uma enorme tempestade que deixa Arlo sozinho com a criatura, a quem ele chama Spot. Quando a tempestade chega ao fim, o pequeno Apatossauro está perdido e, terá que lutar e vencer todos os seus medos para encontrar novamente o caminho até casa.

 

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Apaixonamo-nos pela natureza de Arlo no momento em que o conhecemos. Apesar de todos os medos, a sua determinação é inabalável, ensinando-nos que nos momentos de dificuldade é que surgem os verdadeiros guerreiros. O pequeno Spot é também alvo da nossa compaixão, quer pela sua simplicidade, quer pelo seu, inigualável, instinto de sobrevivência. A dupla de protagonistas conquista o espectador do início ao fim do filme, conseguindo sempre arrancar um sorriso ao mesmo. Não é um filme para rir à gargalhada como The Croods, é sim algo que nos derrete o coração e nos faz pensar se não seremos todos um bocadinho como o pequeno Apatossauro. O único ponto negativo será talvez a falha temporal, no que diz respeito ao domínio real/cientificamente correcto, mas isso talvez seja um defeito da minha mente adulta e crítica.

 

Classificação: 7/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... Inside Out

Há quase um ano iniciámos aqui no blog a rubrica "Quero Tanto Ver", precisamente com o filme Inside Out. Volvido todo este tempo, venho finalmente partilhar convosco a minha opinião acerca daquele que foi um dos filmes que me deixou com mais expectativas, assim que soube da sua existência.

Estreado este ano no mês de Junho, este é o 15º filme da Pixar, sendo ainda produzido pela Disney, e é já considerado o principal favorito na categoria dos Óscares de Melhor Filme de Animação do próximo ano. Em Portugal, o seu título foi traduzido para "Divertida-Mente", e embora este não tenha nada a ver com o original, constitui uma boa versão do mesmo.

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Este é provavelmente um dos filmes de animação mais originais que já tive oportunidade de ver. A acção decorre maioritariamente dentro da mente de uma menina, Riley, o que só por si já mostra a criatividade deste filme. Na zona sede da mesma vivem cinco emoções: a Alegria (Amy Poehler), a Tristeza (Phyllis Smith), a Repulsa (Mindy Kaling), o Medo (Bill Hader) e Raiva (Lewis Black). Cada uma destas emoções tem vida própria, e é responsável por diferentes aspectos e memórias de Riley. Apesar de terem personalidades muito diferentes, os cinco vivem em harmonia, trabalhando acima de tudo para o bem-estar de Riley.

Mas um acontecimento vem mudar todo ambiente: a família muda de cidade. Esta modificação vai desencadear problemas na adaptação das emoções a esta nova situação, o que por sua vez vai ter impactos na vida de Riley. E como se tudo isto não bastasse, a Tristeza, aquela emoção que nenhuma das outras quatro entende, desencadeia uma série de acontecimentos que põem em causa a personalidade da jovem. A Alegria, que é a emoção dominante de Riley, vê-se envolvida nesta situação, e juntas, apesar de antónimas, terão de aprender a trabalhar juntas pelo bem de Riley.

 

Inside Out - Emoções.JPG

 

Quando descobri este filme ele captou imediatamente a minha atenção. É um filme da Pixar, o que só por si já diz muito, tem vários actores de quem gosto, e tem um tema interessantíssimo que nunca vi abordado num filme "para crianças". Mas apesar disto fiquei com algumas reservas, pois tinha receio de que a abordagem a este assunto pudesse não correr muito bem. Quando começaram a emergir as primeiras críticas pude, finalmente, deixar crescer as minhas expectativas, uma vez que todos concordavam quanto à grande qualidade do filme.

O filme tem um assunto mais sério do que habitual neste género, mas assim que começamos a ver o filme, percebemos logo que dificilmente nos vamos desiludir. No primeiro terço decorre a explicação do funcionamento da mente de Riley e das suas emoções. A explicação é simples e imaginativa, tendo obviamente uma base realista, uma vez que o filme contou com a participação de vários psicólogos para que a história fosse credível e fidedigna.

Sendo a Alegria a principal emoção, a verdade é que a Tristeza que vai imperando aos poucos na acção, assumindo um papel principal, que nos faz rever a importância desta emoção nas nossas vidas. A meu ver, isto será particularmente importante para as crianças, uma vez que lhes é quase "exigido" que estejam permanentemente felizes, quando o que sentem nem sempre corresponde a essa alegria. As outras emoções, apesar de mais secundárias, são também bastante bem trabalhadas, fornecendo principalmente momentos cómicos, mas complementando a dualidade Alegria/Tristeza. Ao contrário da maioria dos filmes de animação (não creio que isto seja um spoiler, mas se quiserem saltem para o parágrafo seguinte), neste não existe um vilão, o que é também bastante original.

Inside Out - Riley e Família.JPG

 

O tom do filme é leve e bem humorado, com vários momentos divertidos, sendo que existe um que é particularmente bom, sendo que levou a rir, literalmente, às lágrimas. Existem também vários momentos tristes, sendo que um deles conseguiu partir-me um pouquinho o coração. Realço ainda os momentos enternecedores, aqueles que nos aquecem a alma, conseguidos principalmente através da relação de Riley com os pais.

Um óptimo filme para miúdos e graúdos, com o selo de qualidade da Disney e da Pixar, e que marca mais uma vez o género dos filmes de animação pela sua enorme criatividade. Penso que é o que se pode chamar um filme inteligente, e muito bem conseguido. Reúnam a família e/ou os amigos e embarquem nesta aventura de 1h30m pelos meandros do mundo desconhecido da mente humana!

 

Classificação: 8/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... Home

No início deste ano partilhei convosco que queria muito ver este Home: A Minha Casa, um filme de animação da Dreamworks, que estreou em meados de Março em Portugal. Tive agora oportunidade para tal e não podia deixar de partilhar convosco a minha opinião.

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Este filme é baseado num livro infantil chamado The True Meaning of Smekday, e conta a história de um povo alienígena, os Boov, que decidem invadir o nosso planeta durante a sua fuga do seu inimigo Gorg. O nosso protagonista é Oh (Jim Parsons), um Boov amigável, mas muito trapalhão, e que é desprezado pelos seus compatriotas. Durante a sua adaptação ao nosso planeta, ele acaba por cometer um terrível erro e é obrigado a fugir. Por coincidência, ele acaba por encontrar uma jovem rapariga, Tip (Rihanna), que também está a fugir com o objectivo de encontrar a sua mãe. O destino acaba por unir estes dois, que formam uma dupla improvável mas que dará bons frutos.

Sendo um filme de animação, e dirigido a um público maioritariamente infantil, Home tem um grande defeito, naquele que é para mim, o ponto essencial num filme: a história. É demasiado básica e linear, tanto que muito antes dos grandes acontecimentos do filme decorrerem, eu já estava a prever o que ia acontecer. Tem obviamente alguns momentos bastante bem-humorados, e lá para o fim aqueles mais emocionais, mas é um daqueles filmes em que muitos dos melhores momentos do filme estão condensados no trailer, e o restante filme é quase para preencher o que falta até aos 94 minutos que este tem.

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Antes de ver o filme, o grande motivo que me interessou nele foi o one and only Jim Parsons, que tem aqui uma grande prestação e que consegue cativar-nos desde o primeiro instante. Quem conhece o seu trabalho minimamente sabe do seu enorme talento cómico e da sua adorável awkwardness, e que empresta aqui a Oh, que é a par de Parsons, o melhor do filme. 

Certamente fará as delícias do seu público-alvo, especialmente com a sua animação extremamente colorida e agradável, uma história fácil de acompanhar e com bons valores morais. Para mim, estes factores não foram suficientes, porque estou "mal" habituada por outros grandes filmes de animação a exigir mais da história e dos seus protagonistas. Vale a pena ver se forem fãs de Jim Parsons ou de Rihanna, que é bastante competente a dar voz à sua Tip, e que tem ainda algumas músicas suas na banda sonora do filme. 

 

Classificação: 5/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... "Fantastic Mr. Fox"

O meu primeiro filme do ano foi também o meu quarto filme do realizador americano Wes Anderson, a animação de 2009 nomeada a dois Óscares (Melhor Melhor Banda Sonora Original e Melhor Filme de Animação), Fantastic Mr. Fox ou em português O Fantástico Senhor Raposo. É baseado num livro de Roald Dahl (o autor de Charlie a Fábrica de Chocolate, também já adaptado ao cinema) de 1970, com o mesmo nome.

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Ora o Fantástico Senhor Raposo, cuja voz pertence ao charmoso George Clooney, é um antigo ladrão de aves de capoeira e agora jornalista, e que fez uma promessa à sua esposa, a Senhora Raposa, cuja voz pertence à actriz das actrizes Meryl Streep, de que não voltaria a roubar.

Mas eis que, depois de mudarem de casa, as condições se proporcionam e o Senhor Raposo não resiste ao desejo de voltar a fazer das suas, iniciando assim uma ronda de roubos às fábricas de três agricultores de mau carácter, os temíveis Boggis, Bunce e Bean. Depois de serem sucessivamente humilhados, estes decidem dar o troco e tudo se complica, não só para esta família, mas também para os restantes animais.

Mr and Mrs Fox - The Fantastic Mr Fox

Permitam-me que vos apresente os Fox

The Fantastic Mr Fox

Mr. Fox em flagrante delito

Fantastic Mr Fox and Family

 O núcleo principal da história

 

Este filme é uma verdadeira lufada de ar fresco nos filmes de animação, não só pela técnica usada (é em stop motion, tendo sido usados mais de 500 marionetas para as diferentes personagens), mas também por causa da história extremamente original que conta, muito bem humorada e inteligente, e das personagens deliciosamente excêntricas que temos a oportunidade de conhecer, sendo que os actores que lhes dão voz fizeram um excelente trabalho (o George Clooney em particular foi brilhante neste filme). A realização de Wes Anderson é imediatamente reconhecível se já estiverem habituados ao seu estilo, a fotografia em tons outonais adequa-se perfeitamente à história contada e a banda sonora de Alexandre Desplat, com apontamentos de The Beach Boys e The Rolling Stones, é absolutamente excelente. 

 

Se querem um filme de animação que fuja ao convencional e típico deste género, este filme é para vocês. Se já viram alguns filmes deste realizador e gostaram, então vão adorar este. Se nunca viram, mas têm curiosidade, que tal começarem por este?

 

Classificação: 8/10