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La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

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Chérie, hoje apetecia-me ver... The Martian

Como é que um filme sobre um homem que é dado como morto, abandonado no planeta Marte, pode ser leve, bem humorado e até divertido? The Martian é a prova de que até a velha fórmula do homem só num ambiente inóspito, pode ser aligeirada e proporcionar um filme com algumas gargalhadas. 

Perdido em Marte estreou em 2015, e é um filme do realizador Ridley Scott, sendo baseado num livro de 2011 escrito por Andy Weir. Reúne um enorme elenco de estrelas encabeçado por Matt Damon: Jessica Chastain, Jeff Daniels, Kristen Wiig, Chiwetel Ejiofor, Kate Mara, Sean Bean, entre outros. Está nomeado a 7 Óscares, incluindo Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Actor. Confesso que aquando da sua estreia não captou a minha atenção, talvez porque nos últimos anos têm estreado vários filmes passados no espaço, temática que é não das minhas favoritas. 

The Martian Poster.jpg

 (Sei que este não foi o poster mais usado na divulgação do filme,

mas este é bem mais interessante do que daqueles com o Matt Damon - nada contra ele -

mas não eram muito originais.)

 

Matt Damon é Mark Watney, um dos astronautas que se encontram a desenvolver uma missão em Marte. Depois de um acidente, este é dado como morto pelos seus colegas, os quais se vêem obrigados a abandonar o planeta, caso contrário poriam em risco a sua própria sobrevivência. Contudo, o impossível acontece e Mark sobrevive. Sozinho, a milhões de quilómetros da Terra, no ambiente mais inóspito possível e com poucos recursos, Mark decide contrariar todas as probabilidades, e tentar sobreviver durante o maior tempo possível, de modo a que haja uma ínfima possibilidade de regressar a casa. Por outro lado, quando a NASA se apercebe do erro cometido decide envidar todos os seus esforços em concretizar um plano que consiga trazer Watney de volta ao seu planeta, são e salvo.

The Martian.jpg

A premissa deste filme não é de todo original, mas The Martian consegue de facto ser diferente, muito devido ao seu protagonista inteligente, "desenrascado" e com um grande sentido de humor, que facilmente nos conquista. De facto, a capacidade que o Watney tem de, na sua posição miserável de homem condenado à morte, conseguir manter o seu bom-humor e divertir-se a si próprio foi um dos factores que mais me fez gostar do filme. É também este inesperado tom ligeiro que o filme apresenta em certos momentos, que explica a sua nomeação (e vitória) como Melhor Filme de Comédia nos Golden Globes, muito embora este seja na realidade um filme dramático de ficção científica.  

De realçar, obviamente, a parte técnica do filme. The Martian é um grande filme do ponto de vista de visual, sendo que menos não seria de esperar num filme com este tema. Existem numerosos planos das paisagens desérticas do planeta vermelho, que nos transportam para esta realidade longínqua, e o detalhe do ambiente espacial que rodeia Watney é minucioso. Ridley Scott, realizador de Alien ou Gladiator, assina aqui um filme muito bem construído, que apela a todos nós, mas no qual notei que a combinação do tom dramático com o cómico nem sempre resultou bem no ritmo da história. Penso também não havia necessidade de o filme se arrastar além das duas horas, pois o segundo terço do filme foi um pouco mais aborrecido. Matt Damon tem aqui uma boa prestação, sendo suportado por um elenco sobejamente conhecido e também ele muito competente, mas não sei se de facto a sua nomeação como Melhor Actor seria justificada. Finalmente, o desfecho e resolução dos momentos finais são os esperados num filme deste género, não sendo surpreendentes, mas ainda assim bastante emocionantes.

 

Classificação: 7/10

 

P.S. Não resisto a comentar que, ao contrário do protagonista, eu gosto bastante do disco dos anos 70, pelo que além do filme ter uma boa banda sonora original, foi maravilhoso ouvir alguns dos êxitos da época.

Chérie, hoje apetecia-me ver... The Hunger Games: Mockingjay - Part 1

Em 2008 era lançado o primeiro livro da trilogia The Hunger Games, de Suzanne Collins, tendo recebido em Portugal o título Jogos da Fome. Este seria posteriormente seguido por Em Chamas (Catching Fire), de 2009, e A Revolta (Mockingjay), de 2010. Estes livros tiveram bastante sucesso, pelo que em 2012 estreou a primeira adaptação cinematográfica da saga, com Jennifer Lawrence a interpretar a heroína Katniss Everdeen. A adaptação do segundo livro estreou em 2013 e o terceiro livro, à semelhança de outras sagas de grande sucesso como Harry Potter ou Twilight, foi dividido em dois filmes. Hoje venho falar-vos da primeira parte, sendo que a segunda tem data de estreia prevista para Novembro deste ano.

Antes de mais permitam que vos conte que eu li os três livros, e que acho que o último é precisamente o mais fraco. Não é mau, mas não está de todo ao nível dos anteriores. Assim, quando soube que ia ser dividido em dois filmes deixou-me com sérias dúvidas em relação à qualidade destes da saga, daí ter esperado até agora para ver este. Nesta minha review não vou revelar spoilers para quem ainda não tenha visto este filme, mas para quem ainda não tenha visto os anteriores, talvez seja melhor não ler o resto deste texto. 

The Hunger Games Mockingjay Part1.jpg

A realização deste filme está a cargo de Francis Lawrence, que já havia sido responsável por Catching Fire, substituindo Gary Ross. É o filme mais curto dos três estreados, contando com apenas 2h, mas mesmo assim estas parecem durar muito mais. Desta vez não temos nenhuma arena de jogos, e a acção decorre principalmente no Distrito 13, que confere uma atmosfera muito mais sombria ao filme. O elenco principal mantém-se, com algumas adições de peso, como Julianne Moore, que interpreta a líder do Distrito 13, a Presidente Coin. 

O filme prossegue do momento onde o anterior nos havia deixado. Katniss é extraída da arena dos Jogos da Fome e transportada até ao Distrito 13. Aí ela reencontra a sua família e a amigos, e pouco a pouco adere à ideia de se tornar no símbolo da revolução para derrotar o Capitólio, o seu mockingjay ou mimo-gaio. Durante este seu trabalho ela apercebe-se uma vez mais da crueldade do Presidente Snow e luta intensamente para o fazer desacreditar junto dos outros distritos, e incentivá-los à rebelião. No entanto, este tem uma arma pela qual ela não esperava...

The Hunger Games Mockingjay.jpg

Tal como no livro, há um factor que falta neste filme em comparação com os anteriores: o carácter épico do "um contra todos", o sofrimento por Katniss enquanto esta tentava a todo o custo sobreviver fora e dentro das arenas. As cenas no Capitólio são também menos, e senti a sua falta, pois davam um tom extravagante, mas também muito interessante, por representarem o poder político e ditatorial que oprime o povo de Panem. Penso que apesar deste filme ser o mais curto, teve pouca acção, recorrendo a cenas pouco interessantes que conferiram um ritmo lento ao filme. O factor de a fotografia por vezes não permitir uma boa visualização do que está a decorrer também não me ajudou a manter-me sempre atenta ao ecrã, e notei várias falhas no argumento e na forma de contar este capítulo que não me convenceram.

Jennifer Lawrence cativa-nos uma vez mais na pele da sua Katniss, mas houve momentos em que a sua representação me pareceu forçada. Apesar disso, ela é o melhor deste filme que por muito que se tenha esforçado não conseguiu ter em mim o mesmo impacto emocional que os anteriores. Aguardo com alguma expectativa o último filme, por ser o que vai ter a maioria das cenas de acção do terceiro livro, e sempre quero ver como é que vão encerrar esta saga.

 

Classificação: 6/10