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La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

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Quero Tanto Ver #20 The Light Between Oceans

O trailer deste filme já não é de agora, mas sinceramente eu esqueci-me de partilhar convosco este filme que tanto quero ver. Ainda antes de conhecer a história, já eu estava interessada neste filme devido ao elenco. Vejamos, temos Michael Fassbender, Alicia Vikander e ainda Rachel Weisz. Depois, este foi o filme que reuniu Fassbender e Vikander e os tornou um casal na vida real. E a minha terceira razão: este trailer. A história é muito interessante, há muita emoção, grandes dilemas, e por esta pequena amostra já se vê que os actores, mais uma vez, não desiludem. Também dá para ver que está muito bem filmado e que tem uma bela fotografia. 

Já vos convenci a dar-lhe uma hipótese?

 

Chérie, hoje apetecia-me ver... The Last King of Scotland

Hoje trago-vos um filme que já estava na minha (infinita) lista há alguns anos. Por falta de vontade, por falta de tempo ou mesmo de disponibilidade, acabei por ir adiando e entretanto ficou esquecido nos confins do meu disco. 

The Last King of Scotland ou O Último Rei da Escócia, como ficou conhecido em Portugal, data de 2006 e é uma produção britânica. Baseado no livro homónimo de Giles Foden, este drama biográfico foi realizado por Kevin Macdonald. 

last_king_of_scotland.jpg

Acompanhamos Nicholas Carrigan (James McAvoy), um jovem médico, recém-formado, que anseia por novas experiências e por descobrir novos horizontes. Alista-se numa missão e acaba por partir para uma pequena cidade no Uganda, país governado então pelo militar Idi Amin Dada (Forest Whitaker). 

Quando o presidente sofre uma lesão, Carrigan está por perto e acaba por controlar a situação, tornando-se, a partir daí médico pessoal de Dada. Ao longo dos anos, entre os protagonistas é desenvolvida uma ligação de amizade, sendo que o médico acaba por se tornar também conselheiro do presidente. 

Porém, com o decurso dos anos, Nicholas descobre que o presidente não é quem aparentava ser, tendo uma personalidade bastante violenta, perigosa e sombria. Consequentemente, o médico expressa o seu desejo de abandonar o país devido a todas as atrocidades que presenciou, o que lhe é negado por Dada, deixando Nicholas numa situação bastante complicada. 

Apesar de a história ser contada na perspectiva de uma personagem fictícia - Nicholas - todos os factos retratados no que respeita a Idi Amin Dada são verdadeiros. Este foi um ditador que oprimiu e maltratou o povo ugandês entre 1971 e 1979, tendo inclusive a fama de ser canibal. 

As minhas expectativas face ao filme não eram muito elevadas, confesso, mas acabei por ser bastante surpreendida. A realização não ultrapassa a vulgaridade mas as interpretações de Forest Whitaker e James McAvoy são extraordinárias, dando o destaque merecido a este filme. Whitaker ganhou o óscar de melhor actor e, na minha opinião, é completamente merecido, pois existem cenas na sua personagem que tocam quase a loucura e ainda assim, estão perfeitas. 

 

Classificação: 8/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... Spirited Away

Hoje temos uma estreia aqui no blog: pela primeira vez temos um filme japonês nesta nossa rubrica. E o filme de que vos venho falar é talvez o mais conhecido do Estúdio Ghibli. O título original traduzido do filme é Sen to Chihiro no kamikakushi. Esta última palavra significa o desaparecimento ou morte misteriosa de uma pessoa, palavra essa que pode ser traduzida em spirit away, e daí o título em inglês do filme: Spirited Away. Contudo, acho que ainda assim prefiro o título que foi atribuído em Portugal: A Viagem de Chihiro. Tanto a realização como o argumento são de Hayao Miyazaki.

O filme estreou em 2001 no Japão, um ano mais tarde nos Estados Unidos, e só chegou a Portugal em 2003, ano em que viria a receber o Óscar de Melhor Filme de Animação. Foi o primeiro filme, e até agora único, do Estúdio Ghibli a receber este prémio, tendo sido também o primeiro vencedor numa língua que não o inglês. É considerado um filme excelente em sites dedicados ao cinema, como o Metacritic, o Rotten Tomatoes e no IMDb, onde se encontra na 29ª posição do Top dos 250 filmes com melhor pontuação.

Posto tudo isto, como podem imaginar, a minha expectativa era altíssima. Este não foi o primeiro filme que vi do Estúdio Ghibli, mas era um dos filmes mais característicos deste estúdio, e segundo tinha lido, um favorito de várias pessoas.

Spirited Away.jpg

 

A protagonista deste filme é Chihiro, uma menina de 10 anos que se muda para outra localidade juntamente com os seus pais. Durante a viagem, o pai engana-se no caminho, e acabam por terminar junto ao que parece ser um parque de diversões abandonado. Os pais decidem explorá-lo e Chihiro acompanha-os contra a sua vontade. A família acaba por ficar presa nesse local que se revela na realidade um mundo mágico. Chihiro vê-se obrigada a esconder-se e a arranjar uma forma de salvar os pais e regressar a casa. Para isso terá de trabalhar para a proprietária do local: a tirânica Yubaba, que gere aquele espaço que é na verdade uma casa de banhos, e que aprisiona os seus trabalhadores roubando-lhes os seus nomes. Para conseguir sobreviver e vingar num mundo que não é o seu, Chihiro contará com a ajuda de outros trabalhadores do local, e principalmente do misterioso Haku. 

 

A Viagem de Chihiro - Spirited Away.jpg

 

Comecemos pelos pontos fortes. Se ainda não viram o filme, mas já puderam apreciar as imagens acima, certamente repararam na beleza deste filme. A animação tem um visual extremamente colorido, mas sem cair em exageros. O interior da casa de banhos e das propriedades de Yubaba contrasta pela sua opulência visual e cromática, com o mundo que o rodeia, com um visual colorido, mas muito mais pacífico e tranquilizante. Ao ver este filme é fácil sentirmo-nos numa pintura um tanto ou quanto extravagante, mas belíssima. 

Relativamente à história, é aqui que começam os meus problemas com o filme. Este pode ser dividido em três segmentos: a entrada no mundo mágico e a adaptação de Chihiro ao mesmo; a sua "viagem", em que a protagonista cresce e lida com os seus problemas, e a resolução. A partir da segunda parte existe um excesso de histórias a decorrer ao mesmo tempo, e demasiadas personagens pouco trabalhadas, e pelas quais não senti grande afecto. Acima de tudo há uma enorme excentricidade que torna o filme, a meu ver, estranho, bizarro e até confuso. Creio que isso pode dever-se em parte ao meu desconhecimento do folclore e tradições culturais japonesas, mas ainda assim penso que é demais. 

Em geral, eu até gostei do filme, só que acho que teve um ritmo inicial demasiado lento, e que no final tudo se resolveu muito facilmente. Isto a juntar aos defeitos que lhe apontei antes, fazem com que o filme para mim não tenha funcionado. Foi decente, mas esperava muito mais. É certo que a história tem várias metáforas e críticas à sociedade que o tornam mais complexo e com "recheio", mas ainda assim não foi suficiente para o que esperava.

Talvez quando o veja uma segunda vez, daqui a uns tempos (talvez anos) faça outra leitura sobre este filme que é considerado uma obra-prima, e consiga perceber nele o fascínio que outros sentem por ele. Ou talvez não, e assim conclua que este filme não é para mim. 

 

Classificação: 6/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... The Artist

O Artista, título pelo qual o filme The Artist é conhecido em Portugal, foi o grande vencedor da 84ª edição dos Óscares realizada em 2012. Arrecadou os prémios de Melhor Filme, Melhor Realizador (Michel Hazanavicius), Melhor Actor Principal (Jean Dujardin, o primeiro actor francês a receber este prémio), Melhor Banda Sonora e Melhor Guarda Roupa, tendo ainda sido nomeado noutras cinco categorias. Foi também o vencedor de seis Césares, tornando-se o filme francês mais galardoado de sempre, e o segundo filme mudo a receber o Óscar de Melhor Filme (o primeiro data de 1929).

Por todas estas razões e mais algumas, era para mim obrigatório ver este filme. Quase cinco anos depois da sua estreia, finalmente tive essa oportunidade.

The Artist.jpg

 

Recuemos até 1927. O cinema mudo ainda impera em Hollywood, e George Valentin (Jean Dujardin) é uma das grandes estrelas da época. Numa estreia de um dos seus filmes, Valentin conhece acidentalmente Peppy Miller (Bérénice Bejo), uma aspirante a actriz, acabando por a ajudar a começar a trabalhar na indústria. Alguns anos depois, Al Zimmer (John Goodman), o chefe do estúdio no qual Valentin trabalha, decide terminar a produção de filmes mudos, e fazer unicamente cinema sonoro. Valentin acaba por não se conseguir adaptar a este novo mundo, e enquanto ele cai no esquecimento, Peppy torna-se a nova estrela do cinema.  

Este filme apresenta características que o distinguem dos seus contemporâneos, e que o remetem para a época em que a história se passa. O filme é a preto e branco, e é "quase" um filme mudo. E digo quase, porque embora não haja diálogo, o som não é completamente inexistente, uma vez que o filme tem uma belíssima banda sonora, e existem algumas cenas em que há efectivamente som. O diálogo entre as personagens é quase inteiramente feito a partir da representação do elenco, e cabe ao espectador perceber pelas suas expressões o que os personagens falam entre si. Por vezes existem linhas de diálogo que aparecem em texto no ecran, à semelhança do que acontecia nos filmes mudos.

A atenção a estes pormenores, e a fidelidade com que a época é recriada, até nas técnicas utilizadas na criação deste filme, reflectem o interesse do realizador em criar não só um filme mudo, mas também em prestar uma homenagem a esta era do cinema.

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Ao vermos este filme, é quase impossível não tecer comparações com outro grande filme que abordou esta época: Singin' in the Rain. São filmes inteiramente diferentes, com propósitos diferentes e abordagens também elas distintas. Serenata à Chuva é um musical, a cores, e tem um tom bastante mais leve do que O Artista, que envereda por uma história mais dramática e de certa forma, mais realista do que foi a transição abrupta, e tudo menos pacífica do cinema mudo para o cinema sonora. Foi uma época de grande dificuldade para os actores que trabalhavam na indústria, sendo o personagem de Jean Dujardin baseado nas histórias de vida de dois famosos actores que sofreram essa mudança. Aproveito para dizer que Jean Dujardin me conquistou desde o primeiro instante com um charme irresistível e numa personagem carismática e bastante mais interessante do que esperava.

Em termos de história a linha principal não fugiu àquilo que esperava, mas ainda assim gostei bastante, pois conseguiu conciliar habilmente momentos divertidos com outros bem mais dramáticos. Não esperem um filme arrebatador ou que vá mudar as vossas vidas, mas que certamente vos vai entreter, contar uma história interessante e bem-humorada e transportar para outra época. E não é para isso mesmo que o cinema serve?

 

Classificação: 8/10 

Neste Dia... 21 de Março

No dia 21 de Março assinalam-se muitas datas comemorativas, desde o Dia Mundial da Poesia ao Dia Mundial da Floresta. Mas hoje, aqui no blog, não vamos assinalar nenhum desses acontecimentos, mas sim celebrar um aniversário.

Neste dia de Primavera que mais pareceu Inverno, trago-vos Scott Eastwood, (que a partir de hoje é oficialmente um trintão) para aquecer e alegrar o vosso dia! You're Welcome!

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Natural do estado da Califórnia, nasceu em 1986 e é um dos filhos de Clint Eastwood. Já apareceu em vários filmes do pai, como Flags of Our Fathers (2006), Gran Torino (2008), Invictus (2009) e Trouble With the Curve (2012). Além destes filmes, também o reconhecemos de Fury (2014) e principalmente de The Longest Ride (2015). Em breve vê-lo-emos no aguardado Suicide Squad, no biopic Snowden, e ainda no novo filme realizado por Ben Affleck, Live by the Night, baseado na obra de Dennis Lehane. 

Enquanto os seus novos filmes não estreiam, que me dizem a vermos um dos antigos?

10 Filmes | Dia do Pai

Neste dia 19 de Março, dia do Pai, não podíamos deixar de assinalar esta data, sem fazer um post alusivo ao tema. Se no ano passado o celebrámos relembrando dez homens que além de terem feito história, ainda foram pais (podem ver aqui), este ano decidimos fazer o nosso clássico post de dez filmes em que o pai é a figura central, bem como a relação deste com os seus filhos.

E claro, aproveitamos para desejar um Feliz Dia do Pai aos nossos pais, que são os melhores do mundo! 

E agora, eis as nossas escolhas:

 

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Kramer vs Kramer  (1979)

Neste filme vencedor de 5 Óscars, Ted (Dustin Hoffman) e Joanna Kramer (Meryl Streep) são um casal e pais de um Billy, que entram em ruptura quando Joanna decide abandoná-los. Ted tem de aprender a criar o seu filho sozinho, mas quando finalmente tudo parece estar a dar certo, eis que Johanna regressa disposta a recuperar Billy. Um filme clássico sobre a dinâmica e a luta familiar por um filho.

 

Mrs. Doubtfire (1993)

Uma das comédias familiares mais conhecidas e queridas do público em geral. Daniel Hillard (Robin Williams) é um homem que passa por um divórcio complicado, uma vez que a custódia dos filhos é atribuída à sua ex-mulher. Como solução para continuar a ver as crianças, Daniel disfarça-se de mulher e começa a trabalhar como babysitter em casa dos Hillard. 

 

The Lion King  (1994)

Simba é um pequeno leão destinado a ocupar o posto de rei após a morte de seu pai, Mufasa. Enganado pelo tio Scar, que quer assumir o poder, Simba acredita ser o responsável pela tragédia e foge. Após crescer com os amigos Timon e Pumba, decide retornar ao reino para reconquistá-lo. Este fantástico filme de animação venceu dois óscares. 

 

I Am Sam (2001)

É ao som das músicas dos Beatles que conhecemos Sam (Sean Penn) um homem com algum atraso mental, mas que é, acima de tudo, o pai de Lucy (Dakota Fanning). Quando esta lhe é retirada por ele ser considerado incapaz de cuidar dela, Sam tudo fará para provar o contrário e para que possam ficar novamente juntos.

 

About a Boy (2002)

Marcus Brewer (Nicholas Hoult) é um rapazinho inteligente, mas peculiar, que vive com a mãe Fiona (Toni Collette). Por um acaso do destino, ele encontra Will Freeman (Hugh Grant) um adulto cínico, e os dois criam uma estranha, mas forte relação de amizade, em que Will acaba por ser a figura paternal de Marcus.

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Finding Nemo (2003)  

Aquele que é um dos filmes mais aclamados da Pixar, amado por miúdos e graúdos. Conta a história de Nemo, um pequeno peixe palhaço que se perde do pai, que se lança numa busca incansável pelo pequeno rebento. 
P.S - ganhou um Óscar. 

 

The Pursuit of Happyness (2006)

Protagonizado por Will e Jaden Smith, pai e filho na vida real. Enfrentando vários problemas financeiros, Chris Gardner é abandonado pela mulher e precisa cuidar sozinho do filho de 5 anos. Despejado e forçado a passar noites com o menino em abrigos e estações de comboio, Chris não desiste de lutar por um emprego e uma vida melhor.

 

Everybody's Fine (2009)

Frank Goode (Robert DeNiro) é pai de Rosie (Drew Barrymore), Amy (Kate Beckinsale) e Robert (Sam Rockwell), mas os anos, os empregos e a distância encarregaram-se de afastar este pai dos seus filhos. No entanto, Frank está agora decidido a contrariar essa tendência e reaproximar-se dos seus filhos, procurando ajudá-los mesmo que estes não admitam que precisam dele.

 

The Descendants (2011) 

Vencedor do Óscar de Melhor Argumento Adaptado, este filme conta a história de Matt King (George Clooney), um advogado que se vê obrigado a assumir o comando da família quando a sua mulher sofre um grave acidente e entra em coma. As dificuldades começam a surgir quando tem que lidar com as filhas que têm temperamentos difíceis. 

 

Nebraska (2013)

David Grant (Will Forte) decide acompanhar o seu pai Woody (Bruce Dern), um idoso resmungão, e que já começa a perder algumas das suas faculdades, numa viagem até ao Nebraska para reclamarem um prémio. Essa viagem será importante para fortalecer a sua relação, e para que David redescubra o pai.

Neste Dia... 19 de Março

A aniversariante de hoje é uma actriz consagrada, de seu nome Glenn Close. Conta com uma longa carreira no cinema, televisão e teatro, tendo começado em meados da década de 70. Natural do estado do Connecticut, nos EUA, nasceu a 19 de Março de 1947, pelo que hoje celebra 69 anos. 

As gerações mais novas certamente a associarão ao papel da vilã Cruella de Vil nos filmes 101 e 102 Dálmatas (1996 e 2002, respectivamente), enquanto que as gerações anteriores certamente terão ficado marcadas pela sua actuação no filme Fatal Attraction (1987), que lhe valeu a primeira nomeação ao Óscar de Melhor Actriz Principal. Essa nomeação repetir-se-ia no ano seguinte por Dangerous Liaisons (1988) e muito mais tarde, pelo seu papel em Albert Nobbs (2011).

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Anteriormente, já tinha sido nomeada como Melhor Actriz Secundária pelos seus três primeiros filmes. Já imaginaram o que é ser-se logo nomeado a um Óscar no nosso primeiro filme, e ainda por cima repetir a nomeação nos dois anos seguintes? Pois Glenn Close conseguiu esse feito com os filmes The World According to Garp (1982), The Big Chill (1983) e The Natural (1984). No total conta com seis nomeações sem nenhuma vitória. Também já foi nomeada diversas vezes nos Golden Globes e nos Emmys, tendo vencido algumas vezes. No teatro a sua carreira é também bastante premiada, tendo vencido três Tonys.

Tendo em conta a sua extensa carreira, são muitos os seus trabalhos que poderíamos destacar. Entrou em Reversal of Fortune (1990), The House of the Spirits (1993), Mary Reilly (1996), Tarzan (1999), The Lion in Winter (2003), Guardians of the Galaxy (2014), entre muitos outros. 

E vocês, que filme associam a esta actriz?

Chérie, hoje apetecia-me ver... Trumbo

Quando se fala em Bryan Cranston, a associação a Walter White e Breaking Bad é inevitável. No entanto, em Trumbo, o actor entra num registo totalmente diferente, valendo-lhe a nomeação para a estatueta dourada de melhor actor principal. 

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Realizado por Jay Roach (responsável por Meet the Parents e Meet the Fockers), aborda parte da vida de Dalton Trumbo, um famoso argumentista de Hollywood nas décadas de trinta a setenta. Apesar de hoje lhe reconhecermos o enorme mérito, pois foi responsável por sucessos inegáveis como Roman Holiday (com Audrey Hepburn), nem sempre foi assim e, numa América marcada pela guerra fria, Trumbo passou por uma fase complicada. Como consequência da guerra fria, todos os membros do partido comunista americano eram vítimas de perseguição, como foi o caso de Trumbo e outros nove argumentistas. Apelidados de Hollywood Ten, esses dez argumentistas foram chamados a depor perante a câmara de representantes, dirigida pelo Senador McCarthy (responsável pela "caça às bruxas"), sendo que Trumbo chegou a ser detido. Após regressar à vida normal, ninguém o empregava devido às suas convicções políticas, pelo que, teve de usar pseudónimos para continuar a vender os seus fantásticos argumentos. Nesta fase da sua vida escreveu The Brave One, sob o pseudónimo de Robert Rich, originando a primeira vez que um Óscar não foi reclamado.

Apenas em 1960, com o filme Exodus e o apoio/publicidade de Kirk Douglas, saiu da so-called lista negra, conseguindo exercer a sua profissão. No entanto, devido a toda esta história infeliz, o merecido Óscar por Roman Holiday apenas lhe foi atribuído postumamente, em 1993. 

Com actores de excelência, Trumbo destaca-se tanto pela história de injustiça e opressão de escolhas, como pelo carisma que Bryan Cranston imprime na personagem. Não é o filme do ano, não tem uma realização excelente, não se destaca, de todo. Porém, pela interpretação do actor principal e pela história comovente/revoltante de Dalton Trumbo, vale a pena ver. 

 

Classificação: 7/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... Room

Apesar de toda a controvérsia em torno da atribuição dos Óscares neste ano de 2016, a verdade é que foi uma temporada de filmes de excelência, como é o caso de Room

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Quarto, como foi apelidado em Portugal, foi adaptado da obra de Emma Donoghue, uma escritora irlandesa, e realizado pelo também irlandês Lenny Abrahamson (responsável pela realização de Frank). Este conta a história de uma jovem, Joy Newsome (Brie Larson) que foi raptada há cerca de sete anos por um indíviduo que ela apelida de Old Nick, quando tinha apenas 17 anos, e se dirigia da escola para casa. Joy é frequentemente molestada sexualmente pelo raptor tendo, inclusive, um fillho deste, com cinco anos. O menino, Jack (Jacob Tremblay) apenas conhece a realidade que ambos vivem no pequeno quarto de 10 metros quadrados, desconhecendo todo o mundo exterior.

A dada altura, a mãe tenta explicar-lhe o que lhe aconteceu, assim como a necessidade de fuga daquele lugar inóspito e do predador que é Old Nick. Num plano excepcional, com uma representação incrível de Jack, conseguem fugir, regressando ao mundo dito normal. A primeira fase é um choque pois, se por um lado Joy já tinha conhecimento do mundo, Jack descobre toda uma nova realidade que até ao momento pensava existir apenas na pequena televisão que tinham no quarto. E, enquanto a mãe demonstra sérios problemas de adaptação à realidade e alguns sentimentos de revolta, o pequeno Jack acaba por se adaptar melhor, ainda que na fase de adaptação inicial questione várias vezes sobre a possibilidade de regressarem ao quarto. 

Cheio de emoção, este é o filme que não deixa ninguém indiferente. Dividido inicialmente em dois actos (quarto vs. realidade), em ambos assisitimos inúmeras vezes aos sonhos de Jack e às frequentes deambulações na sua pequena mente. A realização é de excelência, a par com as representações dos protagonistas, portanto, todas as nomeações e o Óscar de Brie Larson são completamente justos. 

Emocionante, profundo e deveras cativante - uma verdadeira obra cinematográfica! Com 8.3 no IMDb e 94% no Rotten Tomatoes, este é, sem dúvidas, um dos filmes do ano.

 

Classificação: 9/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... Deadpool

Sendo aclamado por muitos, como um dos filmes do momento, trago-vos hoje a crítica de Deadpool. Este aborda uma personagem bastante singular, pois não sendo o herói da história, Wade Wilson (Ryan Reynolds) acaba por não ser um vilão, constituíndo aquilo que no mundo dos quadradinhos se chama de anti-herói. 

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Wade, um antigo militar e actual mercenário, descobre o amor da sua vida numa stripper com uma infância problemática, Vanessa Carlysle (Morena Baccarin). Tudo corre bem até ao momento em que Wade descobre que tem cancro numa fase já bastante avançada e, apesar de Vanessa demonstrar todo o seu apoio, ele decide fugir.

É então que entra num programa militar (Arma X, o mesmo que mutou o Wolverine) com a promessa de eliminar o seu problema de saúde. Verdade seja dita o problema desapareceu, porém, Wade ficou completamente desfigurado como consequência desse programa que criava mutações.

No decurso da sua transformação, Wade inicia a sua vingança contra o homem que o transformou em aberração. A par com esta demanda, o protagonista encara ainda a difícil tarefa de reconquistar o coração de Vanessa, o amor que abandonou no passado. 

Cheio de momentos engraçados, este é o filme do mundo Marvel mais adequado ao campo adulto, na medida em que, o protagonista é desbocado, tem linguagem inapropriada e faz um uso abusivo da violência. Ryan Reynolds é, para mim, um actor deveras monótono, porém, aqui, consegue dar uma vida e um carisma impensáveis à personagem principal, tornando o filme extremamente agradável e o Deadpool extremamente gostável. 

 

Classificação: 8/10 

 

P.S - se tiverem oportunidade vejam no cinema, vale a pena e vão ficar com esta música na cabeça!