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La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

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Neste Dia... 6 de Março

Se fosse vivo, o escritor colombiano Gabriel José de la Concordia García Márquez faria hoje os 88 anos, tendo nascido no ano de 1927 e falecido no ano passado,  no dia 17 de Abril. Vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1982 pelo conjunto da sua obra, é considerado um dos escritores mais importantes do século XX, tendo vendido mais de 40 milhões de livros e estando publicado em quase 40 línguas.

Na sua juventude estudou Direito e Ciências Políticas na Universidade da Colômbia, mas abandonou o curso antes de o terminar para se dedicar ao jornalismo, em 1948. Até 1957 foi trabalhando em vários jornais do seu país, e nesse ano começou a trabalhar também num jornal, mas na Venezuela e foi depois correspondente internacional na Europa. Regressou ao seu país no ano seguinte, e foi também quando se casou com Mercedes Barcha, de quem havia de ter dois filhos. Em 1961 mudaram-se para os EUA, onde esteve a trabalhar, e posteriormente para o México.

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Por esta altura, já García Márquez tinha publicado o seu primeiro livro, La Hojarasca, de 1955. Seguiram-se outros livros até que em 1967 publica aquele que viria a ser o seu romance mais conhecido de sempre e uma obra muitíssimo marcante para a literatura universal, Cem Anos de Solidão. Seguiram-se outras importantes obras como O Outono do Patriarca (1975), Crónica de uma Morte Anunciada (1981), Amor nos Tempos de Cólera (1985), O General no seu Labirinto (1989), e Memórias das minhas putas tristes (2004), o seu último livro. Além dos referidos publicou muitos outros, com diferentes estilos e temas.

 

Já leram algum livro seu? Gostaram? Pretendem ler mais da sua obra?

Aqui pelo La Vie en Chérie, uma de nós já leu o seu mais famoso romance. Podem ler a crítica aqui.

Livraria Chérie #5 - Cem Anos de Solidão

Terminei hoje o livro Cem Anos de Solidão, e confesso-vos que apesar de já saber a frase final há muitos anos, isso não impediu que as lágrimas se apoderassem dos meus olhos. Sem dúvida alguma o melhor livro que li até ao momento, pois apesar de ser concebido em torno de todo um realismo mágico, consegue aprisionar o leitor.

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Gabriel García Marquez, escritor colombiano dotado de uma destreza literária enorme, ganhou o nobel em 1982. Com este Cem Anos de Solidão, garante a posição nº33 dos 100 livros do século segundo o Le Monde. Este tão aclamado romance, denominado Cien Años de Soledad na língua materna em que foi redigido, reporta, como já referi, ao estilo do realismo mágico. Leva-nos a deambular por Riohacha e Macondo, locais fictícios e místicos, perdidos e encontrados nas Caraíbas, onde encontramos a família Buendía, uma família incestuosa, que nasce da relação de José Arcadio com a sua prima Úrsula. O casal tem três filhos, José Arcadio, extrovertido e trabalhador, Aureliano, calmo e solitário e Amaranta. No decorrer da história são contadas ao leitor as vivências de cada uma das personagens, assim como a sua evolução ao longo da narrativa.  Acompanhando sete gerações Buendía, deparamo-nos com milagres, fantasias, obsessões, incestos, tragédias, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações, que em simultâneo representam o mito e a veracidade que se faz viver em todo o mundo. Filhos, netos, bisnetos, trinetos, tetranetos, são apresentados, assim como personagens exteriores à família, indispensáveis ao decurso da narrativa.

Repleto de características e especificidades que o tornam único, este romance tem a particularidade de contar com uma personagem centenária que acompanha todas as gerações, dando conta das características e mentalidades de todos os descendentes. A par com isto, como se o nome determinasse a natureza da pessoa, todos os herdeiros com o nome José Arcadio têm a vida marcada por impulsos, trabalho árduo e vida boémia. Por outro lado, todos os Aurelianos são justos, pensativos e melancólicos. Estes últimos, adquirem uma missão, ao longo da história, e que no fundo é o fio condutor de todas as peripécias: desvendar os pergaminhos escritos pelo nómada Melquíades, amigo da família. No entanto, prediz-se que estes contam a história da família Buendía, desde o primeiro membro, ao último, e apenas poderão ser decifrados quando tiverem decorrido cem anos e o derradeiro descendente estiver às portas da morte.  

Sem dúvida genial, bem escrito e que me deixa com vontade de recomeçar a ler, só para voltar a viver com os Buendía outra vez. O único conselho que posso transmitir é que adquiram uma edição com árvore genealógica ou então que imprimam uma da internet, porque as personagens têm nomes similares e confesso que me perdi algumas vezes e tive que recorrer a esse instrumento.

 

"(...) porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra."