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La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

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Chérie, hoje apetecia-me ver... The Last King of Scotland

Hoje trago-vos um filme que já estava na minha (infinita) lista há alguns anos. Por falta de vontade, por falta de tempo ou mesmo de disponibilidade, acabei por ir adiando e entretanto ficou esquecido nos confins do meu disco. 

The Last King of Scotland ou O Último Rei da Escócia, como ficou conhecido em Portugal, data de 2006 e é uma produção britânica. Baseado no livro homónimo de Giles Foden, este drama biográfico foi realizado por Kevin Macdonald. 

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Acompanhamos Nicholas Carrigan (James McAvoy), um jovem médico, recém-formado, que anseia por novas experiências e por descobrir novos horizontes. Alista-se numa missão e acaba por partir para uma pequena cidade no Uganda, país governado então pelo militar Idi Amin Dada (Forest Whitaker). 

Quando o presidente sofre uma lesão, Carrigan está por perto e acaba por controlar a situação, tornando-se, a partir daí médico pessoal de Dada. Ao longo dos anos, entre os protagonistas é desenvolvida uma ligação de amizade, sendo que o médico acaba por se tornar também conselheiro do presidente. 

Porém, com o decurso dos anos, Nicholas descobre que o presidente não é quem aparentava ser, tendo uma personalidade bastante violenta, perigosa e sombria. Consequentemente, o médico expressa o seu desejo de abandonar o país devido a todas as atrocidades que presenciou, o que lhe é negado por Dada, deixando Nicholas numa situação bastante complicada. 

Apesar de a história ser contada na perspectiva de uma personagem fictícia - Nicholas - todos os factos retratados no que respeita a Idi Amin Dada são verdadeiros. Este foi um ditador que oprimiu e maltratou o povo ugandês entre 1971 e 1979, tendo inclusive a fama de ser canibal. 

As minhas expectativas face ao filme não eram muito elevadas, confesso, mas acabei por ser bastante surpreendida. A realização não ultrapassa a vulgaridade mas as interpretações de Forest Whitaker e James McAvoy são extraordinárias, dando o destaque merecido a este filme. Whitaker ganhou o óscar de melhor actor e, na minha opinião, é completamente merecido, pois existem cenas na sua personagem que tocam quase a loucura e ainda assim, estão perfeitas. 

 

Classificação: 8/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... Spirited Away

Hoje temos uma estreia aqui no blog: pela primeira vez temos um filme japonês nesta nossa rubrica. E o filme de que vos venho falar é talvez o mais conhecido do Estúdio Ghibli. O título original traduzido do filme é Sen to Chihiro no kamikakushi. Esta última palavra significa o desaparecimento ou morte misteriosa de uma pessoa, palavra essa que pode ser traduzida em spirit away, e daí o título em inglês do filme: Spirited Away. Contudo, acho que ainda assim prefiro o título que foi atribuído em Portugal: A Viagem de Chihiro. Tanto a realização como o argumento são de Hayao Miyazaki.

O filme estreou em 2001 no Japão, um ano mais tarde nos Estados Unidos, e só chegou a Portugal em 2003, ano em que viria a receber o Óscar de Melhor Filme de Animação. Foi o primeiro filme, e até agora único, do Estúdio Ghibli a receber este prémio, tendo sido também o primeiro vencedor numa língua que não o inglês. É considerado um filme excelente em sites dedicados ao cinema, como o Metacritic, o Rotten Tomatoes e no IMDb, onde se encontra na 29ª posição do Top dos 250 filmes com melhor pontuação.

Posto tudo isto, como podem imaginar, a minha expectativa era altíssima. Este não foi o primeiro filme que vi do Estúdio Ghibli, mas era um dos filmes mais característicos deste estúdio, e segundo tinha lido, um favorito de várias pessoas.

Spirited Away.jpg

 

A protagonista deste filme é Chihiro, uma menina de 10 anos que se muda para outra localidade juntamente com os seus pais. Durante a viagem, o pai engana-se no caminho, e acabam por terminar junto ao que parece ser um parque de diversões abandonado. Os pais decidem explorá-lo e Chihiro acompanha-os contra a sua vontade. A família acaba por ficar presa nesse local que se revela na realidade um mundo mágico. Chihiro vê-se obrigada a esconder-se e a arranjar uma forma de salvar os pais e regressar a casa. Para isso terá de trabalhar para a proprietária do local: a tirânica Yubaba, que gere aquele espaço que é na verdade uma casa de banhos, e que aprisiona os seus trabalhadores roubando-lhes os seus nomes. Para conseguir sobreviver e vingar num mundo que não é o seu, Chihiro contará com a ajuda de outros trabalhadores do local, e principalmente do misterioso Haku. 

 

A Viagem de Chihiro - Spirited Away.jpg

 

Comecemos pelos pontos fortes. Se ainda não viram o filme, mas já puderam apreciar as imagens acima, certamente repararam na beleza deste filme. A animação tem um visual extremamente colorido, mas sem cair em exageros. O interior da casa de banhos e das propriedades de Yubaba contrasta pela sua opulência visual e cromática, com o mundo que o rodeia, com um visual colorido, mas muito mais pacífico e tranquilizante. Ao ver este filme é fácil sentirmo-nos numa pintura um tanto ou quanto extravagante, mas belíssima. 

Relativamente à história, é aqui que começam os meus problemas com o filme. Este pode ser dividido em três segmentos: a entrada no mundo mágico e a adaptação de Chihiro ao mesmo; a sua "viagem", em que a protagonista cresce e lida com os seus problemas, e a resolução. A partir da segunda parte existe um excesso de histórias a decorrer ao mesmo tempo, e demasiadas personagens pouco trabalhadas, e pelas quais não senti grande afecto. Acima de tudo há uma enorme excentricidade que torna o filme, a meu ver, estranho, bizarro e até confuso. Creio que isso pode dever-se em parte ao meu desconhecimento do folclore e tradições culturais japonesas, mas ainda assim penso que é demais. 

Em geral, eu até gostei do filme, só que acho que teve um ritmo inicial demasiado lento, e que no final tudo se resolveu muito facilmente. Isto a juntar aos defeitos que lhe apontei antes, fazem com que o filme para mim não tenha funcionado. Foi decente, mas esperava muito mais. É certo que a história tem várias metáforas e críticas à sociedade que o tornam mais complexo e com "recheio", mas ainda assim não foi suficiente para o que esperava.

Talvez quando o veja uma segunda vez, daqui a uns tempos (talvez anos) faça outra leitura sobre este filme que é considerado uma obra-prima, e consiga perceber nele o fascínio que outros sentem por ele. Ou talvez não, e assim conclua que este filme não é para mim. 

 

Classificação: 6/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... The Artist

O Artista, título pelo qual o filme The Artist é conhecido em Portugal, foi o grande vencedor da 84ª edição dos Óscares realizada em 2012. Arrecadou os prémios de Melhor Filme, Melhor Realizador (Michel Hazanavicius), Melhor Actor Principal (Jean Dujardin, o primeiro actor francês a receber este prémio), Melhor Banda Sonora e Melhor Guarda Roupa, tendo ainda sido nomeado noutras cinco categorias. Foi também o vencedor de seis Césares, tornando-se o filme francês mais galardoado de sempre, e o segundo filme mudo a receber o Óscar de Melhor Filme (o primeiro data de 1929).

Por todas estas razões e mais algumas, era para mim obrigatório ver este filme. Quase cinco anos depois da sua estreia, finalmente tive essa oportunidade.

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Recuemos até 1927. O cinema mudo ainda impera em Hollywood, e George Valentin (Jean Dujardin) é uma das grandes estrelas da época. Numa estreia de um dos seus filmes, Valentin conhece acidentalmente Peppy Miller (Bérénice Bejo), uma aspirante a actriz, acabando por a ajudar a começar a trabalhar na indústria. Alguns anos depois, Al Zimmer (John Goodman), o chefe do estúdio no qual Valentin trabalha, decide terminar a produção de filmes mudos, e fazer unicamente cinema sonoro. Valentin acaba por não se conseguir adaptar a este novo mundo, e enquanto ele cai no esquecimento, Peppy torna-se a nova estrela do cinema.  

Este filme apresenta características que o distinguem dos seus contemporâneos, e que o remetem para a época em que a história se passa. O filme é a preto e branco, e é "quase" um filme mudo. E digo quase, porque embora não haja diálogo, o som não é completamente inexistente, uma vez que o filme tem uma belíssima banda sonora, e existem algumas cenas em que há efectivamente som. O diálogo entre as personagens é quase inteiramente feito a partir da representação do elenco, e cabe ao espectador perceber pelas suas expressões o que os personagens falam entre si. Por vezes existem linhas de diálogo que aparecem em texto no ecran, à semelhança do que acontecia nos filmes mudos.

A atenção a estes pormenores, e a fidelidade com que a época é recriada, até nas técnicas utilizadas na criação deste filme, reflectem o interesse do realizador em criar não só um filme mudo, mas também em prestar uma homenagem a esta era do cinema.

The Artist - O Artista.jpg

Ao vermos este filme, é quase impossível não tecer comparações com outro grande filme que abordou esta época: Singin' in the Rain. São filmes inteiramente diferentes, com propósitos diferentes e abordagens também elas distintas. Serenata à Chuva é um musical, a cores, e tem um tom bastante mais leve do que O Artista, que envereda por uma história mais dramática e de certa forma, mais realista do que foi a transição abrupta, e tudo menos pacífica do cinema mudo para o cinema sonora. Foi uma época de grande dificuldade para os actores que trabalhavam na indústria, sendo o personagem de Jean Dujardin baseado nas histórias de vida de dois famosos actores que sofreram essa mudança. Aproveito para dizer que Jean Dujardin me conquistou desde o primeiro instante com um charme irresistível e numa personagem carismática e bastante mais interessante do que esperava.

Em termos de história a linha principal não fugiu àquilo que esperava, mas ainda assim gostei bastante, pois conseguiu conciliar habilmente momentos divertidos com outros bem mais dramáticos. Não esperem um filme arrebatador ou que vá mudar as vossas vidas, mas que certamente vos vai entreter, contar uma história interessante e bem-humorada e transportar para outra época. E não é para isso mesmo que o cinema serve?

 

Classificação: 8/10 

Chérie, hoje apetecia-me ver... Trumbo

Quando se fala em Bryan Cranston, a associação a Walter White e Breaking Bad é inevitável. No entanto, em Trumbo, o actor entra num registo totalmente diferente, valendo-lhe a nomeação para a estatueta dourada de melhor actor principal. 

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Realizado por Jay Roach (responsável por Meet the Parents e Meet the Fockers), aborda parte da vida de Dalton Trumbo, um famoso argumentista de Hollywood nas décadas de trinta a setenta. Apesar de hoje lhe reconhecermos o enorme mérito, pois foi responsável por sucessos inegáveis como Roman Holiday (com Audrey Hepburn), nem sempre foi assim e, numa América marcada pela guerra fria, Trumbo passou por uma fase complicada. Como consequência da guerra fria, todos os membros do partido comunista americano eram vítimas de perseguição, como foi o caso de Trumbo e outros nove argumentistas. Apelidados de Hollywood Ten, esses dez argumentistas foram chamados a depor perante a câmara de representantes, dirigida pelo Senador McCarthy (responsável pela "caça às bruxas"), sendo que Trumbo chegou a ser detido. Após regressar à vida normal, ninguém o empregava devido às suas convicções políticas, pelo que, teve de usar pseudónimos para continuar a vender os seus fantásticos argumentos. Nesta fase da sua vida escreveu The Brave One, sob o pseudónimo de Robert Rich, originando a primeira vez que um Óscar não foi reclamado.

Apenas em 1960, com o filme Exodus e o apoio/publicidade de Kirk Douglas, saiu da so-called lista negra, conseguindo exercer a sua profissão. No entanto, devido a toda esta história infeliz, o merecido Óscar por Roman Holiday apenas lhe foi atribuído postumamente, em 1993. 

Com actores de excelência, Trumbo destaca-se tanto pela história de injustiça e opressão de escolhas, como pelo carisma que Bryan Cranston imprime na personagem. Não é o filme do ano, não tem uma realização excelente, não se destaca, de todo. Porém, pela interpretação do actor principal e pela história comovente/revoltante de Dalton Trumbo, vale a pena ver. 

 

Classificação: 7/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... Room

Apesar de toda a controvérsia em torno da atribuição dos Óscares neste ano de 2016, a verdade é que foi uma temporada de filmes de excelência, como é o caso de Room

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Quarto, como foi apelidado em Portugal, foi adaptado da obra de Emma Donoghue, uma escritora irlandesa, e realizado pelo também irlandês Lenny Abrahamson (responsável pela realização de Frank). Este conta a história de uma jovem, Joy Newsome (Brie Larson) que foi raptada há cerca de sete anos por um indíviduo que ela apelida de Old Nick, quando tinha apenas 17 anos, e se dirigia da escola para casa. Joy é frequentemente molestada sexualmente pelo raptor tendo, inclusive, um fillho deste, com cinco anos. O menino, Jack (Jacob Tremblay) apenas conhece a realidade que ambos vivem no pequeno quarto de 10 metros quadrados, desconhecendo todo o mundo exterior.

A dada altura, a mãe tenta explicar-lhe o que lhe aconteceu, assim como a necessidade de fuga daquele lugar inóspito e do predador que é Old Nick. Num plano excepcional, com uma representação incrível de Jack, conseguem fugir, regressando ao mundo dito normal. A primeira fase é um choque pois, se por um lado Joy já tinha conhecimento do mundo, Jack descobre toda uma nova realidade que até ao momento pensava existir apenas na pequena televisão que tinham no quarto. E, enquanto a mãe demonstra sérios problemas de adaptação à realidade e alguns sentimentos de revolta, o pequeno Jack acaba por se adaptar melhor, ainda que na fase de adaptação inicial questione várias vezes sobre a possibilidade de regressarem ao quarto. 

Cheio de emoção, este é o filme que não deixa ninguém indiferente. Dividido inicialmente em dois actos (quarto vs. realidade), em ambos assisitimos inúmeras vezes aos sonhos de Jack e às frequentes deambulações na sua pequena mente. A realização é de excelência, a par com as representações dos protagonistas, portanto, todas as nomeações e o Óscar de Brie Larson são completamente justos. 

Emocionante, profundo e deveras cativante - uma verdadeira obra cinematográfica! Com 8.3 no IMDb e 94% no Rotten Tomatoes, este é, sem dúvidas, um dos filmes do ano.

 

Classificação: 9/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... Deadpool

Sendo aclamado por muitos, como um dos filmes do momento, trago-vos hoje a crítica de Deadpool. Este aborda uma personagem bastante singular, pois não sendo o herói da história, Wade Wilson (Ryan Reynolds) acaba por não ser um vilão, constituíndo aquilo que no mundo dos quadradinhos se chama de anti-herói. 

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Wade, um antigo militar e actual mercenário, descobre o amor da sua vida numa stripper com uma infância problemática, Vanessa Carlysle (Morena Baccarin). Tudo corre bem até ao momento em que Wade descobre que tem cancro numa fase já bastante avançada e, apesar de Vanessa demonstrar todo o seu apoio, ele decide fugir.

É então que entra num programa militar (Arma X, o mesmo que mutou o Wolverine) com a promessa de eliminar o seu problema de saúde. Verdade seja dita o problema desapareceu, porém, Wade ficou completamente desfigurado como consequência desse programa que criava mutações.

No decurso da sua transformação, Wade inicia a sua vingança contra o homem que o transformou em aberração. A par com esta demanda, o protagonista encara ainda a difícil tarefa de reconquistar o coração de Vanessa, o amor que abandonou no passado. 

Cheio de momentos engraçados, este é o filme do mundo Marvel mais adequado ao campo adulto, na medida em que, o protagonista é desbocado, tem linguagem inapropriada e faz um uso abusivo da violência. Ryan Reynolds é, para mim, um actor deveras monótono, porém, aqui, consegue dar uma vida e um carisma impensáveis à personagem principal, tornando o filme extremamente agradável e o Deadpool extremamente gostável. 

 

Classificação: 8/10 

 

P.S - se tiverem oportunidade vejam no cinema, vale a pena e vão ficar com esta música na cabeça! 

Chérie, hoje apetecia-me ver... Shaun the Sheep Movie

Assim que soube que ia estrear um filme tendo como protagonista a ovelha Choné, este entrou imediatamente para a minha watchlist. A verdade é que apesar de nunca ter visto muitos dos episódios da série homónima, do pouco que vi sempre gostei muito das aventuras da Choné e das outras ovelhas, pelo que tinha de ver o filme. Este estreou no ano passado com o título Shaun the Sheep Movie, ou A Ovelha Choné - o Filme, e é o sexto filme da Aardman Animations, um estúdio britânico de animação fundado em 1972, e que se tornou célebre pela utilização da técnica de stop-motion.

O filme da ovelha Choné está nomeado ao Óscar de Melhor Filme de Animação, categoria na qual também foi nomeado nos Golden Globes, e na qual foi vencedor no Festival de Toronto. Para os fãs do filme há boas notícias: está agendada uma sequela para 2018!

 

Shaun the Sheep Movie - A Ovelha Choné, o Filme.j

A história do filme é muito simples: a ovelha Choné está farta da sua vida rotineira de trabalho, e anseia por um dia de folga e descanso. Assim, arquitecta um plano juntamente com as outras ovelhas que lhes permita ter um dia de férias sem que o Agricultor e o cão Bitzer o saibam, ou as tentem impedir. Contudo o plano corre bem demais, e as ovelhas vêem-se envolvidas numa aventura cheia de adrenalina: devido a um acidente têm de viajar até à Grande Cidade para resgatar o Agricultor. Cabe à ovelha Choné, a mais inteligente e destemida do grupo, assegurar-se de que o grupo consegue completar a sua missão e regressar a casa a salvo.

Shaun the Sheep Movie - Ovelha Choné.jpg

O filme da ovelha Choné é a resposta para todos os que procuram um bom filme de animação, que entretenha toda a família. Apropriado para as crianças, mas também com muitas referências que só os mais "crescidos" vão entender, este filme com quase 1h30m consegue ser divertido e amoroso do início ao fim. Foram vários os momentos em que me ri até às lágrimas, e houve outros tantos muito enternecedores, graças à relação especial que existe entre este rebanho de ovelhas muito singular, e aqueles que as rodeiam.

E claro, a Choné e as outras ovelhas são super fofinhas, e eu fiquei a gostar ainda mais delas!

Eu gosto bastante deste tipo de animação em stop-motion, e neste filme nenhum pormenor foi descurado. Depois de ver o filme, não pude deixar de pensar no imenso trabalho que os animadores tiveram para fazer um filme tão perfeito do ponto de vista visual. Até porque este filme tem a particularidade de não ter diálogos. A comunicação é inteiramente feita por onomatopeias e sons, e principalmente através do meio visual. E garanto-vos que não há qualquer problema em acompanhar ou entender a história.

Relativamente a pontos fracos, obviamente que num filme deste género não é muito difícil adivinhar o rumo da história, nem o fim, mas ainda assim, a história consegue apresentar alguns momentos surpreentes. Como outra nota negativa, não gostei mesmo nada do vilão. Claro que é suposto não gostarmos dele, pelo que a minha afirmação pode parecer descabida, mas eu refiro-me ao facto de ser um vilão muito básico, que já vimos em dezenas de outros filmes. Para os mais novos chega, mas eu esperava mais.

 

Canção super fofinha para um filme super fofo!

 

Classificação: 7/10

P.S. Dêem uma espreitadela aos outros posters do filme, que são bem divertidos, e que eu só descobri enquanto fazia a pesquisa para este post!

Chérie, hoje apetecia-me ver... The Martian

Como é que um filme sobre um homem que é dado como morto, abandonado no planeta Marte, pode ser leve, bem humorado e até divertido? The Martian é a prova de que até a velha fórmula do homem só num ambiente inóspito, pode ser aligeirada e proporcionar um filme com algumas gargalhadas. 

Perdido em Marte estreou em 2015, e é um filme do realizador Ridley Scott, sendo baseado num livro de 2011 escrito por Andy Weir. Reúne um enorme elenco de estrelas encabeçado por Matt Damon: Jessica Chastain, Jeff Daniels, Kristen Wiig, Chiwetel Ejiofor, Kate Mara, Sean Bean, entre outros. Está nomeado a 7 Óscares, incluindo Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Actor. Confesso que aquando da sua estreia não captou a minha atenção, talvez porque nos últimos anos têm estreado vários filmes passados no espaço, temática que é não das minhas favoritas. 

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 (Sei que este não foi o poster mais usado na divulgação do filme,

mas este é bem mais interessante do que daqueles com o Matt Damon - nada contra ele -

mas não eram muito originais.)

 

Matt Damon é Mark Watney, um dos astronautas que se encontram a desenvolver uma missão em Marte. Depois de um acidente, este é dado como morto pelos seus colegas, os quais se vêem obrigados a abandonar o planeta, caso contrário poriam em risco a sua própria sobrevivência. Contudo, o impossível acontece e Mark sobrevive. Sozinho, a milhões de quilómetros da Terra, no ambiente mais inóspito possível e com poucos recursos, Mark decide contrariar todas as probabilidades, e tentar sobreviver durante o maior tempo possível, de modo a que haja uma ínfima possibilidade de regressar a casa. Por outro lado, quando a NASA se apercebe do erro cometido decide envidar todos os seus esforços em concretizar um plano que consiga trazer Watney de volta ao seu planeta, são e salvo.

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A premissa deste filme não é de todo original, mas The Martian consegue de facto ser diferente, muito devido ao seu protagonista inteligente, "desenrascado" e com um grande sentido de humor, que facilmente nos conquista. De facto, a capacidade que o Watney tem de, na sua posição miserável de homem condenado à morte, conseguir manter o seu bom-humor e divertir-se a si próprio foi um dos factores que mais me fez gostar do filme. É também este inesperado tom ligeiro que o filme apresenta em certos momentos, que explica a sua nomeação (e vitória) como Melhor Filme de Comédia nos Golden Globes, muito embora este seja na realidade um filme dramático de ficção científica.  

De realçar, obviamente, a parte técnica do filme. The Martian é um grande filme do ponto de vista de visual, sendo que menos não seria de esperar num filme com este tema. Existem numerosos planos das paisagens desérticas do planeta vermelho, que nos transportam para esta realidade longínqua, e o detalhe do ambiente espacial que rodeia Watney é minucioso. Ridley Scott, realizador de Alien ou Gladiator, assina aqui um filme muito bem construído, que apela a todos nós, mas no qual notei que a combinação do tom dramático com o cómico nem sempre resultou bem no ritmo da história. Penso também não havia necessidade de o filme se arrastar além das duas horas, pois o segundo terço do filme foi um pouco mais aborrecido. Matt Damon tem aqui uma boa prestação, sendo suportado por um elenco sobejamente conhecido e também ele muito competente, mas não sei se de facto a sua nomeação como Melhor Actor seria justificada. Finalmente, o desfecho e resolução dos momentos finais são os esperados num filme deste género, não sendo surpreendentes, mas ainda assim bastante emocionantes.

 

Classificação: 7/10

 

P.S. Não resisto a comentar que, ao contrário do protagonista, eu gosto bastante do disco dos anos 70, pelo que além do filme ter uma boa banda sonora original, foi maravilhoso ouvir alguns dos êxitos da época.

Chérie, hoje apetecia-me ver... The Longest Ride

The Longest Ride, ou Uma Vida ao Teu Lado como foi apelidado em Portugal, é um filme de 2015 baseado no romance homónimo de Nicholas Sparks.  

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Neste filme acompanhamos duas histórias, vividas por diferentes pessoas, em gerações distintas. No início do filme vemos uma rapariga, Sophia Danko (Britt Robertson), que é convencida pelas amigas a ir a um rodeo, apreciar os cowboys. Aqui conhece o destemido e aventureiro Luke (Scott Eastwood) e ambos se apaixonam imediatamente (so far, so predictable). Paralelamente é-nos apresentado um homem idoso, com cerca de 90 anos, doente e sozinho. Trata-se de Ira Levinson (Alan Alda), que tem um acidente de carro num local isolado. 

As histórias cruzam-se quando Sophia e Luke regressam de um encontro e se deparam com o carro acidentado de Ira. Luke resgata imediatamente o idoso, porém ele pede a Sophia que salve uma caixa que se encontrava no carro. Já no hospital a protagonista começa a folhear o conteúdo da caixa e depara-se com cartas de amor antigas, trocadas entre Ira e o amor da sua vida Ruth (Oona Chaplin), falecida há nove anos. 

É então através dessas cartas, que Ira começa a reviver o seu amor, contando a sua história com Ruth a Sophia. Ira demonstra à jovem que amar alguém nem sempre é fácil, que esse alguém nem sempre é a pessoa que queremos que seja, mas que independentemente disso é a pessoa que amamos e devemos apoiar. 

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Não se destaca pelas prestações, até porque tanto Britt Robertson como Scott Eastwood ainda têm um longo caminho a percorrer na estrada da representação. A história, apesar de ser mais um romance do conceituado Nicholas Sparks, destaca-se dos demais, combinando duas tramas que se cruzam, transmitindo uma moral comum. Deste autor não tínhamos um romance tão bom desde The Notebook

Ah! Público feminino, o Scott desnuda-se parcialmente, por isso vejam! ;) 

 

Classificação: 7/10

Chérie, hoje apetecia-me ver... Mad Max: Fury Road

Estreado em Maio do ano transacto quer nos EUA, quer em Portugal, Mad Max: Fury Road ou Mad Max: Estrada da Fúria é um filme do realizador George Miller. Sinceramente, é um filme que não despertou a minha atenção aquando da sua estreia, e que acabei por ver for one reason, and one reason only: está nomeado aos Óscares em categorias tão importantes como Melhor Filme e Melhor Realizador, totalizando 10 nomeações. Este filme faz parte de um franchise homónimo, sendo o quarto da saga. Os anteriores estrearam em meados dos anos 80, e foram protagonizados por Mel Gibson, sendo que agora é Tom Hardy quem interpreta Max Rockatansky.

 

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A acção decorre num futuro pós-apocalíptico, em que o mundo se transformou num deserto, e em que a água é o principal recurso pelo qual as pessoas lutam. É neste mundo que encontramos Max, um homem atormentado que é capturado pelos War Boys, o exército de Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), uma espécie de ditador soberano que governa uma região que ainda tem água, a Citadela. A história propriamente dita inicia-se quando a Imperator Furiosa (Charlize Theron), uma tenente a serviço de Immortan Joesai com uma equipa para ir buscar suprimentos, mas decide mudar a sua rota, dando início a uma perseguição cheia de adrenalina ao longo da Wasteland em que a Terra se tornou.

Mad Max Fury Road Personagens.jpg

Visualmente, Mad Max é um filme espectacular, com cenas de perseguição incríveis, e muitíssimo bem coreografadas e realizadas. George Miller fez aqui um excelente trabalho. Existem várias cenas de luta, como seria de esperar num filme do género, também elas muito bem feitas. Desde o primeiro minuto, quase até ao último, Mad Max é um filme que respira acção e adrenalina por todos os poros. São aproximadamente 2 horas de perseguição em carros todo o terreno, quase tão excêntricos como aqueles que os conduzem e ocupam.

A nova "civilização" é, de facto, muito excêntrica e estranha. E, tal como a maioria das civilizações neste género de filmes, está à beira da ruptura, porque assenta na escravatura, desumanização e abuso aos seres humanos que não fazem parte da "elite". E a elite acaba por ser constituída apenas por Immortan Joe, sendo que todos os que o rodeiam são de alguma forma subjugados por este. Será a Imperator Furiosa (como eu adoro este nome!) a desencadear uma possível renovação, em busca de um mundo em que haja redenção e esperança num futuro melhor.

Mad Max Fury Road Cenas de Acção.jpg

 

Na minha opinião, a verdadeira protagonista do filme é mesmo Furiosa, sendo que está quase equiparada por Max. Charlize Theron faz um óptimo trabalho, e podia facilmente ser alvo de mais reconhecimento nos prémios da 7ªarte. A par com esta, gostei imenso do trabalho de Nicholas Hoult, que interpreta Nux, um dos War Boys, e que me proporcionou várias gargalhadas, especialmente na primeira parte do filme. 

Contudo, para mim este filme falhou num ponto fulcral: a história. Apesar de poderem ser feitas várias analogias com o mundo actual e com o futuro que nos espera, Mad Max não apresenta uma história muito convincente ou forte. Não existe grande desenvolvimento dos personagens, e pouco sabemos do seu passado, mas isso nem me importou, porque até consegui simpatizar com eles. Para mim, o pior foi mesmo que depois de duas horas de loucura, explosões e muita "porrada", não havia grande história. E a que havia não era muito original. 

Em conclusão, como as minhas expectativas não eram elevadas, e ia mentalizada para ver um filme de entretenimento não fiquei muito desiludida. Apesar disso, esperava um pouquinho mais considerando tantas nomeações e histerismo à volta deste filme. Concordo que é inovador e até excelente do ponto de vista visual e técnico, muito cool,  mas perde noutros factores importantes.

 

Classificação: 6/10