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La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

Livraria Chérie #21 - Sonetos

O meu fascínio por poesia já não é novo mas, apenas recentemente me dediquei a explorar este campo. Não é necessário ir muito longe, em Portugal temos excelentes poetas e alguns no feminino, como é o caso de Florbela Espanca. 

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Optei por ler uma colectânea, onde se encontram todos os livros por ela escritos, quer tenham sido publicados em vida ou de publicação póstuma, sendo que a edição que tenho tem um prefácio e ao longo do texto tem anotações de Noémia Jorge, que ajudam a compreender melhor a visão do sujeito poético, o que penso ser bastante útil. 

Ao longo de Livro de Mágoas, Livro de Sóror Saudade, Charneca em Flor e Reliquiae, os livros contidos na compilação, conseguimos compreender nitidamente o sofrimento vivido pela escritora ao longo dos seus trinta e seis anos. A poesia de Florbela é clara e recorre a uma linguagem acessível, o que facilita bastante a leitura da sua obra. Quanto à temática, predomina o amor, sendo na sua maioria das vezes referido e subentendido como algo doloroso e triste. Por outro lado, também a morte, a solidão e a ausência de reconhecimento são temas recorrentes, uma vez que o sujeito poético se sente bastante marginalizado, à parte da sociedade da época. 

O sofrimento vivido pela poetisa encontra-se bastante marcado na sua obra, o que, na minha opinião, a torna pessoal, aproximando-a do leitor. Gostei bastante, sendo que o meu livro preferido da colectânea é o Livro das Mágoas, onde se nota outra energia na escrita e nos temas. Em Charneca em Flor, penso que o tema mais recorrente deixa de ser o amor, tornando a obra um pouco mais sombria e talvez isso me tenha levado a gostar menos. 

Trata-se de uma colectânea pequena, para ler e reler ao longo da vida. 

 

Classificação

Chérie, hoje apetecia-me usar... um CC Cream

Hoje em dia vivemos numa correria constante, num mundo apressado, numa roda vida que não nos permite ter tempo nem para as mais pequenas coisas. Uma dessas coisas é a maquilhagem - levante o dedo quem consegue todos os dias um ritual de maquilhagem impecável sem chegar um minuto atrasada ou acordar mais cedo propositadamente para o efeito. A indústria aproveitou-se e desevolveu alternativas que nos permitem economizar algum tempo, sendo uma delas os BB e CC Cream. Se se estão a questionar em relação à diferença, é bastante simples: são ambos cremes correctores, sendo que a acção matificante/correctora e a consistência são maiores no CC, providenciando uma maior cobertura e um efeito mais natural. 

Vou confessar, sou adepta do ritual tradicional (limpar - tonificar - hidratar - maquilhar), portanto não uso este tipo de produtos diariamente. No entanto, quando não tenho tempo de aplicar maquilhagem correctamente passo apenas o CC Cream e já está - efeito pele natural sem aquele ar de "oh não acabei de acordar" num instante! 

Eu uso o CC Cream da Bioten, no tom light, pois a minha pele é mesmo muito clara. Na altura comprei por ter um preço acessível e porque os produtos da Bioten são compostos, maioritariamente, por ingredientes naturais, mas acabei a ficar bastante satisfeita. Tem uma consistência óptima e a cor adapta-se perfeitamente ao meu tom de pele. Quanto à cobertura é boa, no entanto eu não tenho muitas marcas nem imperfeições, pelo que, não consigo avaliar bem se será eficaz nessas situações. 

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Importa ressalvar que estes cremes apesar de terem um componente hidratante não substituem um bom creme hidratante, portanto o ritual deverá ser sempre o mesmo: limpar (leite, gel ou mousse consoante o tipo de pele), tonificar (adaptado também à pele em questão), hidratar (ponto mais importante, adaptando o creme à pele) e depois colocar então o CC Cream. Eu gosto ainda de aplicar o primer de maquilhagem entre o hidratante e o CC, de modo a tornar a pele mais lisa e uniforme. Outro aspecto a ter em atenção é não usar um creme hidratante muito hidratante, uma vez que o CC já tem este componente e podemos dar um aspecto de pele oleosa e não natural. 

 

E vocês? São adeptas do CC Cream? Como e qual costumam usar?

Séries da minha vida #24 - Unbreakable Kimmy Schmidt

Na passada quinta feira vi uma série inteira. (Sim, eu sei que tenho alguma espécie de condição psicológica). Vá, a série também só tinha uma temporada. Sim, e essa temporada só tinha treze episódios de trinta minutos cada um. Não foi nada do outro mundo, foram sensivelmente seis horas e meia da minha vida (o que é isso para uma seriófila?).

Passando à frente o discurso da praxe, a série foi Unbreakable Kimmy Schmidt, a nova produção de Tina Fey, em colaboração com Robert Carlock.

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Devido ao enorme sucesso de 30 Rock, a produção anterior de Tina Fey, que também fazia parte do elenco, senti uma enorme vontade de ver esta nova série. Unbreakable Kimmy Schmidt conta a história de Kimberly Schmidt (Ellie Kemper), uma jovem que viveu quinze anos aprisionada por um auto-proclamado reverendo, que lhe disse que o mundo tinha acabado e que viviam na era pós-apocalíptica. Juntamente com Kimmy viviam mais três prisioneiras que, tal como ela, acreditavam que o mundo tinha acabado e que eram as últimas sobreviventes. No primeiro episódio assistimos à libertação das vítimas, sendo que ao longo dos treze episódios que compõe esta primeira temporada assistimos à sua adaptação ao mundo real. Presenciamos as aventuras de Kimmy, que arranja um colega de casa deveras singular – Titus Andromedon (Tituss Burgess) – e a patroa mais snob do mundo (Jane Krakowski).

A protagonista vê-se então obrigada a reaprender tudo acerca da realidade, entrando muitas vezes em situações constangedoras (mas deveras engraçadas).

Nova Imagem.jpgAo contrário de 30 Rock, Tina Fey apenas participa em dois episódios. Esta sua nova produção peca bastante no factor comédia, em comparação com 30 Rock, sendo a actriz Ellie Kemper responsável pela maior parte dos risos e gargalhadas. Outra actriz neste papel tornaria a série impossível de ver, no entanto assim permanece apenas no patamar do razoável.

O grande ponto forte, que me pôs a rir antes de cada episódio é o genérico, que partilho aqui convosco:

Classificação: 6/10

Séries da minha vida #23 - Community

Terminou este ano uma das séries de comédia que eu acompanhava – Community

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Composta por seis temporadas, com oitenta e oito episódios de vinte minutos cada, esta série americana foi primeiro transmitida pela NBC, passando depois para as mãos da Yahoo Screen na sexta e última temporada.

Esta série de televisão, centra-se, nas temporadas iniciais, na personagem de Jeff Winger (Joel McHale), um advogado que foi obrigado a voltar à universidade depois de se descobrir que o seu diploma era falso. Quanto à universidade, trata-se de Greendale Community College, uma escola com aulas singulares, alunos peculiares e um reitor muito, muito excêntico (Jim Rash).

Intuitivamente, Jeff conhece Britta Perry (Gillian Jacobs), uma rapariga com a qual ele almeja ter uma relação. Na nova lista de amigos de Jeff, segue-se Pierce Hawthorne (Chevy Chase), um idoso magnata que só quer ser cool e voltar a reviver a juventude. Quanto a Abed Nadir (Danny Puddi) é um estudante de cinema, que vive no seu próprio mundo e imagina que todas as vivências diárias são uma série de televisão. Os restantes membros são Shirley Bennet (Yvette Nicole Brown), uma mãe divorciada que tem algo a provar ao mundo, Troy Barnes (Donald Glover), o melhor amigo de Abed, que com ele partilha excêntricas aventuras e Annie Edison (Alison Brie), uma personagem que evolui e cresce bastante ao longo da série.

Este é o grupo inicial (que sofre modificações ao longo das temporadas) e a acção reporta às suas vivências diárias e aventuras na tão diferente Greendale. As personagens evoluem ao longo das temporadas, sendo a mais notória a de Alison Brie. Outra personagem por quem vale a pena ver esta série é a de Ken Jeong, que dá vida ao Señor Chang, um professor de espanhol muito incomum.

Numa opinião muito sincera, as três primeiras temporadas são deveras engraçadas, ainda que o nível de humor não esteja a par com as séries de comédia mais banais. Para ver Community é necessário uma mente disponível a este universo tão peculiar, quer em termos de humor, de linguagem e terminologia, como de personagens.

Não existe propriamente um curso de acção, no entanto, considero que as três temporadas mais recentes foram algo desconexas e um pouco desligadas do fio condutor. O produtor veio a público anunciar que esta sexta temporada foi mesmo a última, no entanto existe a possibilidade de fazer um filme. Esperemos para ver.

 

Classificação: 7/10

E se houvesse um goodreads para filmes?

Desde que entrei em férias, sensivelmente há cerca de uma semana, que tenho tentado alimentar o mote “um filme por dia, nem sabe o bem que lhe fazia”. Bem sei que a frase não é assim, mas resolvi adaptá-la à minha realidade e a meu bel-prazer.

Como desde cedo me revelei uma ávida cinéfila (aka viciada em filmes), decidi que necessitava de uma plataforma ou algo que me permitisse organizar e contabilizar os filmes a que já tinha assistido. No entanto, não procurava algo como o IMDb, em que temos que criar listas. Por outro lado, o meu interesse também não residia muito na classificação dos filmes. Sim, era importante, mas não indispensável.

Decidi googlar, aquilo que eu necessitava era algo ao estilo do fantástico goodreads, só que para filmes. Falei com vários amigos, perguntei, pesquisei, insisti e encontrei.

A plataforma chama-se Rinema e permite ao utilizador criar uma conta ou aceder utilizando uma conta já existente no Facebook ou no Twitter.

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Após criar a conta, o Rinema mostra uma lista “infindável” de filmes, da qual temos que classificar vinte, entre 0 e 5 estrelas. Este procedimento permitirá à plataforma conhecer os gostos e preferências de cada utilizador.

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Cada conta no Rinema apresenta, por defeito, duas colecções – “Watched” e “Want to Watch” – permitindo ao utilizador contabilizar tanto os filmes que já viu, como aqueles que quer ver.

Por outro lado, se forem mais ambiciosos (como eu), podem dar se ao gigantesco esforço de agrupar os filmes segundo géneros (ex: acção, comédia, western), o que vos permitirá compreender qual o género de filmes que mais vêem ou apenas ter uma ideia geral do panorama. 

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Quando acederem aos vossos filmes poderão ainda organizar por ano ou por classificação. Poderão ainda ver críticas de outros utilizadores, encontrar pessoas com gostos semelhantes aos vossos ou simplesmente adicionar amigos que já se encontrem inscritos nesta plataforma.  

 

P.S – Actualmente tenho 388 filmes vistos.

Livraria chérie #11 - Orgulho e Preconceito

Devo, antes de mais, confessar que li este livro totalmente desprovida de conhecimento face à sua narrativa. Nunca vi o filme, não conhecia a história, sabia apenas que se tratava de um romance, o que a início não se revelou um facto muito apelativo para mim. Este estilo literário não faz de todo as minhas delícias. No entanto, estaria para chegar o livro que mudaria essa minha vincada opinião – Orgulho e Preconceito.

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Escrito por Jane Austen e publicado pela primeira vez em 1813, este romance britânico procura dar a conhecer a história de Elizabeth Bennet e de toda o seu ambiente social e cultural. Temas como a educação, o casamento, a cultura, a moral, o orgulho e a classe social tornam-se recorrentes e representativos da aristocracia britânica do século XIX.

Nas primeiras páginas é-nos apresentada a família Bennet, sendo o patriarca um homem distante e com pouco poder económico. Por sua vez, a Srª. Bennet revela-se desde logo uma mulher superficial, tola e desinteressante, cujo objectivo e expoente máximo de felicidade é “ver todas as suas filhas bem casadas”. As referidas filhas são Jane (a mais velha), Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia (a mais nova), que vivem com os pais na cidade de Meryton, em Hertforshire.

No início desde romance, de modo a corresponder aos desejos da Srª. Bennet, chega à cidade um jovem cavalheiro que aluga uma propriedade (Netherfield). De seu nome Charles Bingley, é rapidamente cobiçado e bem recebido por toda a comunidade. Porém, Mr. Bingley não vem só, fazendo-se acompanhar pela sua irmã e um amigo – Mr. Fitzwilliam Darcy. Este último, de ar sorumbático e algo orgulhoso é desde logo desdenhado pela comunidade, pela qual o próprio acalenta o mesmo sentimento. Entretanto, Jane e Bingley começam a relacionar-se, no entanto, a felicidade não é duradoura, e por meio de artifícios maldosos de outros, acabam por se separar, acreditando que a paixão morreu.

Entre Elizabeth e Mr. Darcy surge igualmente uma relação, mas de despique, caracterizada pela indiferença dele e vivacidade dela, diferente de todas as outras do seu meio. Com a partida de Darcy, Elizabeth inicia uma relação de amizade com Mr. Wickham, um oficial que ajuda a alimentar as divergências entre Elizabeth e Darcy.

Não quero de todo estragar o prazer daqueles que tenham intenção de ler o livro, portanto, em matéria de sinopse acho que vou ficar por aqui. A história não requer muita perspicácia da parte do leitor, pois torna-se bastante previsível qual o seu desfecho, desde os capítulos mais iniciais. No entanto, apesar de o factor surpresa estar condicionado, a narrativa é excelente e acompanhada por uma escrita irrepreensível.  

Quanto às personagens estão fantásticamente criadas, evoluindo todas ao longo do livro, sendo que não existem personagens desnecessárias ao curso da história.

Numa sociedade não muito diferente da actual, valores como a educação, a cultura, a classe social, o matrimónio e os ideais são constantemente colocados em questão. Jane Austen, procura, em jeito de crítica, deixar o leitor inferir acerca do orgulho e do preconceito vivido nesta época. Será que estes sentimentos se extinguiram no tempo, ou continuarão afincados na sociedade contemporânea?

A minha classificação não atinge a cotação máxima, apenas pela questão do factor surpresa. Crucifiquem-me mas sou uma leitora que gosta de ser compreendida e aqui, apesar de ser uma excelente obra, o desfecho revela-se previsível mesmo que não nos seja permitido antever o rumo que a história vai tomar até lá.

 

Classificação:

 

Livraria Chérie #6 – O Fantasma da Ópera

Foi ontem que (finalmente) terminei o livro que estava a ler – O Fantasma da Ópera – no frânces original Le Phantôme de l’Opéra. Esta obra de Gaston Leroux foi publicada pela primeira vez em 1909, sendo inspirado em factos históricos da Ópera de Paris.

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Leroux começa a narrativa com a frase “O fantasma da ópera existiu (...) Sim, existiu de carne e osso (...)”, o que cativa logo o leitor em primeira instância. A acção passa-se no século XIX, na Ópera de Paris (como o próprio título indica), que se encontra assombrada por um Fantasma, segundo as historietas dos empregados. Este vive de partidas que prega constantemente, e obtém o seu rendimento mensal da chantagem que efectua aos administradores da Ópera, que lhe pagam 20 mil francos mensais. A personagem terrível exige ainda que lhe reservem o camarote nº5 em todas as actuações.

Entretanto Christine Daaé, uma jovem bailarina, é guiada por um Anjo da Música, enviado do céu pelo seu falecido pai. Esta criatura mostra-lhe o poder da sua voz e todo o sucesso que pode alcançar com ela. Christine acaba por subir aos palcos como cantora, arrebatando e conquistando a audiência, onde se encontrava o seu amor de infância – o visconde Raoul de Chagny.

Mais tarde, Christine compreende que o Anjo não existe, e que este é sim personificado pelo Fantasma, o índividuo que aterroriza a Ópera. Erik, o Fantasma, encontra-se deformado na face, razão essa por que se esconde do mundo desde sempre. Quando Christine descobre a fealdade da criatura entra em choque e Erik decide prendê-la nos subterrâneos do monumental edifício. Christine vê-se então obrigada a escolher entre o amor de uma vida ao lado de Raoul de Chagny ou a protecção do mesmo. Esta promete então que voltará sempre para Erik por vontade própria. Mas o amor que sente por Raoul é mais forte e os dois planeiam fugir. No entanto, Erik apercebe-se do plano e na noite idealizada para a fuga, rapta Christine e leva-a para a sua morada nos confins da Ópera.

Raoul e o Persa (personagem que conhece tudo acerca de Erik) partem numa busca para salvar Christine, sobrevivendo às mais terríveis armadilhas e obstáculos. Entretanto, Daaé vê-se obrigada a casar com Erik ou morrer juntamente com “mais dos da raça humana”.

A escolha é óbvia, Christine escolhe casar com Erik. Porém, num rasgo de bondade este permite-lhe que fique para sempre com Raoul, desde que no momento da sua morte lhe venha colocar a aliança de ouro que lhe havia dado, no dedo. Christine concorda, e tanto ela como Raoul nunca mais são vistos. Porém, anos mais tarde é encontrado um esqueleto nos fundos da Ópera, com uma aliança dourada. Christine havia cumprido a sua promessa...

Esta obra-prima de Gaston Leroux é considerada de género gótico, romance, horror, ficção, mistério e tragédia. O horror deriva de todas as malvadezas que circulam na cabeça de Erik, e que este conduz à execução.

Não seria apenas uma alma incompreendida? Não teremos todos nós um pouco de Erik? No fundo o que mais almejamos na vida é ser amados por alguém, pois o amor que nutrem por nós não tem preço.

Recomendo vivamente a todos os que querem ler os grandes gigantes da literatura, pois esta obra deixa-nos a pensar no que seríamos capazes de fazer por amor, e talvez até a identificarmo-nos com Erik, que é supostamente o vilão que não nos deixa indiferentes.

Hoje em dia a história é mais que conhecida, e talvez um pouco ofuscada pelos musicais (é o mais visto de sempre!), filmes e todas as produções realizadas em torno da obra. Porém, eu acho que merece a classificação de:

 

Classificação: 8/10