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La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

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Livraria Chérie #19 As Dez Figuras Negras

Aqui há uns tempos partilhei convosco que queria muito ver a mini-série And Then There Were Nonea mais recente adaptação da obra com o mesmo nome, de Agatha Christie. Contudo, também decidi que teria de reler o livro em questão, por forma a lembrar-me bem dos pormenores daquele que é um dos meus livros favoritos de sempre, e sem dúvida o melhor que li desta escritora.

A obra foi publicada em 1939 e conta com vários títulos diferentes, quer nas versões inglesa/americana, quer nas lusófonas. Na versão original, britânica, o título é Ten Little Niggers, mas o livro ficou mais associado ao título americano, And Then There Were None, sendo que nas terras do tio Sam também é conhecido por Ten Little Indians. Já em Portugal os títulos variam entre Convite para a Morte e As Dez Figuras Negras, sendo que penso que este último, tal como o nome original, seja o mais sugestivo.

Trata-se do livro mais vendido de Agatha Christie, o qual era também um dos favoritos da autora. Já foi adaptado diversas vezes no teatro, cinema, televisão e rádio, entre outros. Mais do que um policial ou um thriller, As Dez Figuras Negras é um verdadeiro livro de suspense e terror.

As Dez Figuras Negras - Agatha Christie.jpg

 

Dez pessoas viajam até uma mansão situada numa ilha isolada na costa do Devon. As razões que levam cada um desses desconhecidos até esse local são diferentes, e cedo os convidados se apercebem de que algo não bate certo. Nessa mesma noite têm a confirmação dessa suspeita: o anfitrião acusa cada um deles de ocultar um terrível segredo. Pouco depois, para surpresa de todos, um dos convidados morre subitamente. Na manhã seguinte, outra pessoa é encontrada morta. As restantes pessoas começam então a aperceber-se de que aquelas mortes não são uma coincidência, mas sim, obra do misterioso anfitrião, e que este não tenciona parar até que todos estejam mortos. A tensão atinge níveis insuportáveis, especialmente devido aos contornos macabros que envolvem cada um dos homicídios. É que cada um deles é feito de acordo com uma arrepiante lega-lenga infantil, e à medida que os assassinatos se sucedem, cada uma das dez figuras negras colocadas sobre a mesa de jantar são misteriosamente subtraídas...

 

Se este breve resumo vos deixou arrepiados, então já têm uma pequena amostra do crescendo de terror e suspense que se faz sentir ao longo das páginas deste livro. Ao mesmo tempo que os convidados na ilha vão ficando cada vez mais assustados, também nós, os leitores, vamos sofrendo com a antecipação do que virá a seguir, de quem será a próxima vítima, e de quem será, afinal, o autor desta ideia tão tétrica. 

Agatha Christie atinge aqui o seu expoente da sua imaginação ao contar uma história tão fascinante, que se torna quase impossível não ler o livro de seguida. Se da primeira vez que o li foi exactamente isso que fiz, desta feita demorei mais, saboreando os pormenores e o fim que já conhecia. A forma como esta história é contada é excelente, e durante a leitura também nós estamos presos com aquelas personagens, sofrendo com elas o pânico e terror daquela situação. Houve várias momentos que me deixaram verdadeiramente assustada, logo desde o início, porque é imediata a sensação de que algo está errado e, tal como num filme de terror, é possível sentir que algo de terrível está prestes a acontecer. Mesmo nesta releitura, voltei a sentir-me assim, tal é a mestria de Agatha Christie.

Não vou adiantar-me muito mais, porque penso que este é um daqueles livros dos quais menos se souber, melhor. Apenas adianto que o fim é verdadeiramente mindblowing. Em suma, este livro é excelente, excelente, excelente, e se ainda não o leram nem sabem o que estão a perder!

 

 Classificação: 

Chérie, hoje apetecia-me ver... The Exorcist

Continuando o roteiro pelos clássicos do terror, esta foi a vez do The Exorcist. Realizado em 1973 por William Friedkin, é por muitos considerado o melhor filme de terror alguma vez produzido.  

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Em 1974 ganhou o óscar de melhor argumento adaptado, a partir de um livro de William Peter Blatty, por sua vez baseado num exorcismo de um jovem de 14 anos documentado em 1949.

O filme começa numa escavação arqueológica no Iraque, onde o arqueólogo e padre Lankester Merrin (Max Von Sydow) encontra uma estranha estátua, que reconhece ser uma representação do demónio pazuzu.

A par com esta história, outras duas se interlaçam: um padre de Georgetown, Damien Karras (Jason Miller), começa a questionar a sua fé e uma actriz, Chris MacNeil (Ellen Burstyn) começa a notar severas mudanças na sua filha de 12 anos.

Regan (Linda Blair), a filha de Chris, começa a demonstrar convulsões, mudanças comportamentais e certos poderes sobrenaturais como a levitação. Inicialmente a mãe leva Regan ao médico, que julga que esta tem uma lesão cerebral. Após vários testes, apercebem-se de que a jovem se encontra sob possessão demoníaca, extremamente notória quando grita blasfémias em voz masculina. Esgotados todos os recursos médicos, Chris começa a considerar o exorcismo, consultando, para tal, o padre Damien Karras. Apesar de todas as dúvidas, este decide pedir permissão à Igreja para conduzir o exorcismo. No entanto, é enviado o padre Merrin, especialista em casos de possessão demoníaca.

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O filme ganhou ainda o Óscar de Melhor Som e teve duas sequelas, porém, de inferior qualidade. Este não é um filme como os demais do género, este é o clássico que trouxe todos os outros que lhe sucederam. Foi aquele que revolucionou a indústria cinematográfica de terror, utilizando uma inocente criança como objecto de possessão. E na minha opinião é isso que o torna tão fantástico e não me arrepiou ou aterrorizou. Outro grande ponto forte é o desempenho da jovem Linda Blair, assim como a sua maquilhagem.

 

Se gostam de clássicos do terror então este é um must see!

 

Classificação: 8/10

 

Já viram? Gostaram?

Chérie, hoje apetecia-me ver... The Shining

Lembram-se de ter dito que queria ver os clássicos do terror? Bem, a saga continua e desta vez o escolhido foi The Shining.  

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Baseado no romance de Stephen King, o filme foi realizado em 1980 por Stanley Kubrick, tornando-se um dos must see do terror psicológico.

O filme conta a história de Jack Torrance (Jack Nicholson), um escritor desempregado, que aceita um emprego como janitor de um hotel que se encontra fechado – o Overlook Hotel. O protagonista muda-se então para o hotel, com a sua esposa Wendy (Shelley Duvall) e o filho Danny (Danny Lloyd). No entanto, nem tudo é um conto de fadas e o gerente avisa que o janitor anterior desenvolveu uma doença que o levou a matar toda a sua família à machadada, suicidando-se no fim. A somar a isto, Danny tem visões acerca do passado e do futuro, que lhe revelam que algo assombra aquele local.

Nova Imagem.jpgA acção desenvolve-se e Jack começa a perder a sua saniedade, chegando a perseguir a sua família pelo hotel, com o intuito de os matar, tal como o janitor anterior havia feito. É durante esta perseguição que fica celebrizada uma das mais icónicas frases do cinema:

“Here’s Johnny!”

 Extremamente bem realizado, este não é o filme que nos assusta através de espíritos ou imagens decrépitas. É sim, uma obra de terror psicológico, em que o realizador entra, de certo modo, no intelecto do espectador, manipulando as suas reacções, controlando os momentos de medo e de suspense. Não somos surpreendidos quando involuntariamente esperamos, mas sim no minuto seguinte em que já baixámos a guarda, em que somos vulneráveis.

Com cerca de duas horas e meia, a acção apenas atinge o seu auge na última hora e meia. Porém, a primeira hora não é desnecessária, sendo o seu objectivo dar a entender ao espectador tudo aquilo que será necessário para os acontecimentos subsequentes.

 

Classificação: 8/10  

 

P.S – a partir do dia de hoje não suporto ver gémeas em vestido iguais. It creeps me out!




Chérie, hoje apetecia-me ver... The Conjuring

Não sou muito fã de filmes de terror, não por ter medo, mas simplesmente porque não fazem muito o meu género. No entanto, numa tentativa de aumentar a minha cultura cinematográfica neste campo, iniciei a tarefa de ver os mais icónicos, assim como aqueles que receberam uma boa crítica.

Foi assim que cheguei a este filme de 2013, The Conjuring, ou A Evocação, como foi denominado por terras de D. Afonso Henriques.   

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Dirigido por James Wan (o director de Saw), este filme tem como protagonistas Vera Farmiga e Patrick Wilson, dois investigadores paranormais de renome, contratados para avaliar os fenómenos sobrenaturais que ocorrem na casa dos Perron.

O ano é 1971 e os Perron acabam de se mudar para uma grande moradia com mais de 150 anos. O que eles desconhecem é a violenta história daquela habitação. Aquando da sua chegada, a família começa a sofrer diversas situações paranormais. Na tentativa de proteger as cinco filhas, os patriarcas da família contratam Ed e Lorraine Warren (Wilson e Farmiga). Estes deparam-se com uma situação de possessão demoníaca, a mais complicada das suas carreiras, que os leva a enfrentar problemas próprios, pondo em causa a segurança da sua família.

Boa realização, bons actores, boa história, baseada em factos verídicos como qualquer bom filme de terror.

 

Classificação: 7/10

 

P.S - os Perron existiram, os Warren também e o filme baseia-se nos documentos deixados pelos últimos.