Livraria Chérie #13 O Cavalo Pálido
Para mim Verão já não é Verão se não incluir a leitura de pelo menos um policial da Agatha Christie, e desta feita foi a vez d'O Cavalo Pálido, obra publicada inicialmente em 1961 sob o título The Pale Horse.
A premissa é a seguinte: o padre Gorman é chamado ao leito de morte da senhora Davis, a qual lhe confia um segredo e uma misteriosa lista de nomes. Nessa mesma noite, ao dirigir-se para casa, o padre é assassinado, levantando suspeitas devido à folha de papel que transportava.
O livro é contado maioritariamente segundo a perspectiva de Mark Easterbrook, um escritor que se vê envolvido na investigação deste crime por conta própria, e que julga que esta morte poderá estar relacionada com o enigmático e letal Cavalo Pálido.
A capa da minha edição e a capa da edição que mais frequentemente se encontra à venda
Neste livro não há a presença de nenhum dos mais famosos detectives criados por Agatha, muito embora alguns personagens recorrentes marquem presença, como seja o caso da excêntrica escritora Ariadne Oliver. Easterbrook revela-se um protagonista interessante, que desde o início revela sensatez e um raciocínio perspicaz, e que acaba por colaborar com o Inspector Lejeune na resolução do caso.
Este foi o 9º policial que li desta escritora e penso que foi aquele que menos "me preencheu as medidas". Não me interpretem mal, a Duquesa da Morte não falha; quer na escrita, que é sempre eficaz, aliciante e que nos obriga a pensar e meditar sobre as teorias relacionadas com a identidade do assassino, bem como as teorias filosóficas dos personagens; quer na revelação do assassino, que é mais uma vez surpreendente, mas que pela primeira vez me desiludiu. Penso que a opção mais óbvia teria sido mais interessante e levantaria mais questões.
Neste livro temos uma forte componente mística associada ao Cavalo Pálido, acerca do qual não quero revelar muito, para que descubram tal como eu ao que este se refere. Logo nos primeiros capítulos "assistimos" a uma discussão sobre uma encenação de Macbeth, a qual dará algumas pistas sobre o verdadeiro tema do livro. Contudo, eu não sou grande fã de livros com esta temática, especialmente quando têm um papel tão importante na trama. Felizmente, a escritora enveredou pela resolução céptica do caso, tal como faria mais sentido. O problema foi que desde cedo que eu me consegui aperceber da razão pela qual o padre Gorman tinha sido assassinado, bem como da relação entre a lista de nomes que este possuía e o Cavalo Pálido. Ou seja; apesar de a identidade do assassino ter sido surpreendente, o processo utilizado foi bastante óbvio para mim.
Em geral foi um livro cativante, com bons personagens e um enigma interessante, sendo a autora conseguiu assustar-me numa certa parte da trama, mas do qual esperava bastante mais.
Classificação:
(E logo por sorte este livro é precisamente o 13º da nossa lista! Há com cada coincidência!)