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La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

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Séries da minha vida #39 Life in Pieces

Life in Pieces é uma série de comédia americana da CBS que estreou em Setembro passado, e cuja existência eu descobri através dos actores que fazem parte do seu elenco. A sinopse não me pareceu particularmente interessante, mas atendendo aos actores e à minha vontade de ver uma comédia nova e "fresquinha", decidi dar-lhe uma hipótese. A primeira temporada terminou recentemente, e conta com 22 episódios, sendo que ainda não é sabido se irá ser renovada ou não.

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A história foca-se na família Short, composta por 3 gerações. John e Joan (James Brolin e Dianne Wiest) são os pais de Heather (Betsy Brandt), Matt (Thomas Sadoski) e Greg (Colin Hanks). Por sua vez, Heather é casada com Tim Hughes (Dan Bakkedahl), e são pais de Tyler (Niall Cunningham), Samantha (Holly J. Barrett) e Sophia (Giselle Eisenberg). Greg é casado com Jen (Zoe Lister-Jones) e são os pais da bebé Lark. Matt, o filho do meio, é divorciado e começa a namorar com Colleen Ortega (Angelique Cabral).

A originalidade da série está na forma como as histórias destes personagens são contadas: cada episódio é dividido em quatro segmentos, em que cada um se foca na narrativa de um destes núcleos, ou na junção de todos os personagens. Cada segmento não está necessariamente relacionado com os outros.

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 Greg, Jen e Lark; John e Joan; Heather, Tim e os três filhos; Matt e Colleen

 

Inicialmente, a série assemelhava-se a tantas outras que abordam este tema das relações familiares. Confesso que pensei em ficar-me apenas pelo piloto, mas decidi persistir. Valeu a pena, porque à medida que os episódios vão avançando, a série vai melhorando, encontrando o seu lugar e aquilo que funciona para cada personagem. Os episódios finais, por exemplo, foram os melhores da temporada.

Tendo em conta a estrutura em pieces dos episódios, existem sempre segmentos ou histórias que me agradam mais do que outros. Por exemplo, as histórias de Jen e Greg foram sempre as melhores. Colin Hanks e Zoe Lister-Jones têm química, são carismáticos e criam um adorável casal que se inicia na aventura da parentalidade. Também gostei bastante do casal formado pelo bonacheirão e descontraído Tim e pela mais stressada Heather. Já as crianças/adolescentes deixaram a desejar. Não lhes consegui achar muita piada. Relativamente a Matt, penso que os segmentos que lhe atribuem com a namorada não funcionam. Colleen até nem é uma má personagem, mas as histórias que lhes dão são continuamente fracas. Quando está no meio da sua família, Matt brilha e rouba muitas vezes o protagonismo, mas com Colleen apaga-se. Finalmente, os pais e avós John e Joan são o casal que une todos os outros, que assume grande parte da excentricidade, mas também da sabedoria. Se separados cada um destes núcleos funciona bem, quando todas as personagens se juntam é quando a série cresce mais, ao vermos as hilariantes interacções entre todos eles.

Life in Pieces não é, de todo, a série mais original e brilhante de sempre, nem a melhor estreia desta época, mas é uma série de comédia competente, com boas histórias, boas interpretações e que cumpre o seu objectivo: fazer rir. Enquanto assim se mantiver, cá estarei para acompanhar.

 

Classificação: 7/10

Séries da minha vida #38 The Bletchley Circle

Hoje trago-vos uma mini-série inglesa que talvez seja desconhecida para a maioria, e da qual, até há bem pouco tempo, eu nunca tinha ouvido falar: The Bletchley Circle. Talvez me tivesse passado completamente despercebida, se não fosse pelo facto de uma das protagonistas ser uma actriz de quem gosto muito, .

Para aqueles que conhecem bem a história do Reino Unido durante o tempo da 2ª Guerra Mundial, o nome "Bletchley" não lhes será certamente desconhecido. Já eu confesso-me uma leiga na matéria. Vi o filme The Imitation Game, cuja história é precisamente ambientada nessa época, mas entretanto já nem me lembrava da importância de Bletchley durante a guerra, pelo que já podem ver como o meu conhecimento é diminuto. Apesar disso, resolvi dar uma hipótese a esta série, sem grande convicção, mas que acabou por me conquistar.

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Ora bem, a série foca-se em quatro mulheres que trabalharam em Bletchley Park durante a guerra, em funções relacionadas com a descodificação dos códigos das mensagens alemães. Anos depois, estas mulheres estão reintegradas na sociedade, em funções completamente normais, e escondem de todos o seu passado brilhante. Susan Gray (Anna Maxwell Martin) rendeu-se a uma vida pacata e rotineira de dona de casa, mas está ávida por voltar a desempenhar um trabalho que a estimule.

As notícias sobre os sucessivos homicídios de algumas raparigas capturam a sua atenção, e Susan dedica-se a tentar encontrar um padrão que lhe indique uma pista para o assassino. Mas ao reconhecer que as suas capacidades são insuficientes, resolve procurar as suas colegas de Bletchley: Millie (Rachel Stirling), Jean (Julie Graham) e Lucy (Sophie Rundle). Embora reticentes inicialmente, cada uma delas decide ajudar Susan a resolver o caso.

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Cada uma destas mulheres apresenta os seus pontos fortes, que se complementam entre si, formando uma equipa coesa, sensata e inteligente. As actrizes que dão vida a estas personagens fazem um trabalho excelente, o que aliado a histórias bem construídas, e com bons valores de produção, criam uma série com grande qualidade que, não sendo a mais original, consegue cativar-nos pelas personalidades das protagonistas, e pelo argumento.

A primeira temporada estreou em 2012, é composta por 3 episódios e é altamente viciante. Eu não descansei em quanto não a vi toda. Além de a história ter um tema atractivo, apresenta várias reviravoltas e muitos momentos de tensão e adrenalina que tornam impossível não querer saber o que vai acontecer a seguir. 

A segunda temporada é de 2014 e tem 4 episódios, divididos por 2 histórias distintas. Depois de ter visto a primeira temporada, as minhas expectativas estavam muito altas e confesso que fiquei um pouco desiludida, porque além de as histórias serem mais medianas e não terem tanta acção, também não houve tantas surpresas. Penso que a série também falhou ao apressar a resolução dos casos, tornando tudo demasiado fácil, enquanto que na primeira temporada isso não se verificou. 

Se gostarem de séries de época, em especial do pós-guerra, e se estiverem à procura de uma série com protagonistas femininas fortes e com personalidade, então de certeza que vão gostar desta série. Vale mesmo a pena darem uma hipótese, nem que seja apenas à primeira temporada.

 

Classificação: 8/10

Séries da minha vida #37 Master of None

Terminei recentemente a 1ª temporada da série Master of None, um produto televisivo da Netflix que tem dado que falar nos EUA, e que foi considerada uma das melhores séries de 2015, tendo estreado em Novembro.

Aziz Ansari é o protagonista e um dos argumentistas desta série, tendo sido nomeado nos Golden Globes e nos Critics' Choice Awards como Melhor Actor numa Série de Comédia/Musical, e nesta última cerimónia, Master of None foi considerada a Melhor Série de Comédia.

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Esta série de 10 episódios, cada um com cerca de meia hora de duração, acompanha as vivências do protagonista Dev Shah (Aziz Ansari), um actor de anúncios publicitários que tenta singrar no mundo do cinema. Cada episódio tem um tema principal, sem grande ligação entre si, que permitem abordar diferentes temas que estão na ordem do dia, como o envelhecimento, o racismo, o feminismo, a parentalidade, entre outros. Como factor comum, temos Dev e aqueles que lhe estão próximos, e que permitem tornar estes episódios coesos, apesar de se centrarem em temas diversos. 

Sinceramente, não tinha grande expectativa para esta série, apesar das críticas positivas que lhe tinham sido feitas. Assim, fui surpreendida pela sua grande qualidade, originalidade e também pela sua maturidade. Com um tom maioritariamente de comédia, a série consegue fazer um retrato fiel da sociedade de hoje, pois apesar de se passar nos EUA, a verdade é que o resto do mundo acaba por ser fortemente influenciado pela cultura deste país. Acima de tudo, é um espelho da geração dos jovens adultos de hoje, sem caricaturas, do que é esperado deles e dos desafios que encontram nessa faixa etária tão crucial. Tudo isto sem que nunca se torne chata ou aborrecida, mas mantendo sempre um tom leve e proporcionando vários momentos divertidos.

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Identifiquei-me bastante com vários episódios desta série, e houve momentos que "me falaram ao coração" mais do que estava à espera. É incrível como uma série de comédia consegue ser mais sábia, inteligente e emocionante do que muitas séries dramáticas que vemos por aí. Existem episódios mais dramáticos e outros mais cómicos, mas a série consegue a proeza de combinar estas duas vertentes tão distintas de uma forma muito equilibrada.

Master of None, título que é uma alusão à expressão "Jack of all trades, master of none", é uma série que conseguiu prender-me desde o primeiro episódio, e cuja qualidade foi melhorando ao longo dos episódios. A segunda temporada está agendada para o próximo ano, e as minhas expectativas estão muito altas. Esta é uma série que talvez passe despercebida em Portugal, por isso não podia deixar de a divulgar e aconselhar-vos a experimentar uma comédia completamente diferente de qualquer outra, e de grande qualidade. 

 

Classificação: 8/10

Séries da minha vida #36 Downton Abbey

No Natal passado foi emitido o último episódio de uma das séries mais aclamadas e marcantes dos últimos anos: Downton Abbey, a série britânica que conquistou espectadores de todo o mundo, e que se tornou num fenómeno da televisão inglesa, como há muito já não era visto.

Estreou em 2010, e desde então foram 6 as temporadas transmitidas, totalizando 52 episódios em que os espectadores puderam acompanhar as vivências da aristocrática família Crawley, bem como as dos seus fiéis empregados. Ao longo dos anos que a série abrange, iniciando-se em 1912, e terminando em 1925, podemos também acompanhar os grandes eventos da época e assistir às drásticas mudanças que se vivem, e que conduzirão a grandes alterações à medida que a série vai decorrendo.

  

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Séries da minha vida #35 - Narcos

Narcos é uma das produções que marcou o ano de 2015, revelando-se uma série de excelência que aborda uma personalidade fascinante. Estreada em Agosto, emitida pela Netflix e produzida por José Padilha (de Tropa de Elite), conta actualmente com uma temporada de dez episódios. No entanto, devido ao enorme sucesso, já se encontra encomendada uma segunda temporada, que estreará em Agosto de 2016.

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A série aborda uma personalidade que marcou afincadamente a década de 1980 – Pablo Escobar. Por muitos considerado como brutal, impiedoso e ambicioso, este narcotraficante que nasceu pobre, chegou a soberano do Cartel de Medellín. Apesar de ser conhecido por todos os escândalos, assassinatos, subornos e muitas outras situações, não deixa de ser uma personalidade extremamente fascinante.

Porém, na série da Netflix, Pablo Escobar (Wagner Moura) não é a personagem principal da trama, mas sim o foco de incidência. O protagonismo recai sobre o narrador, o agente da DEA (Drug Enforcement Administration) encarregue de apanhar o narcotraficante – Steve Murphy (Boyd Holbrook).

Steve mudou-se com a esposa, Connie (Joanna Christie), para a Colômbia, afim de cumprir a tarefa que lhe havia sido designada – deter o mais brutal dos narcotraficantes. Lá, em conjunto com o seu parceiro, Javier Peña (Pedro Pascal) envolve-se numa trama complexa, numa perseguição sem saída, da qual Escobar parece sair sempre ileso. No mundo do narcotraficante, tudo se consegue resolver com a sua máxima “plata o plomo” (prata ou chumbo – suborno ou morte).

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A primeira temporada acompanha a ascensão do narcotraficante, o transporte de droga de Medellín para os E.U.A. através de Miami, os vários atentados e atrocidades, a sua vida luxuosa, e o cativeiro na prisão que ele próprio mandou construir.

Wagner Moura dedicou-se de corpo e alma a este papel, tendo mesmo engordado 20kg para ficar mais parecido com Escobar. Deslocou-se a Medellín para ficar a conhecer melhor a vida do traficante e, essa dedicação é, claramente, notória na personagem. É impossível não ficar apaixonado pela interpretação de Wagner Moura, que torna Escobar ainda mais fascinante do que ele realmente é. Boyd Holbrook e Pedro Pascal não ficam nada atrás, pois as suas interpretações também são de excelência. Com uma realização extraordinária, actores excelentes, personagens ricas e extremamente bem desenvolvidas e uma banda sonora excepcional, esta é, sem dúvida, uma das séries do ano.  

Por enquanto ainda teremos que aguardar para ver a segunda temporada, mas pelo curso da história, pensa-se que terminará com a perseguição final e morte de Pablo Escobar.

 

Classificação: 9/10

 

Já viram? Gostaram?

Séries da minha vida #34 - The Man in the High Castle

E se a tentativa de assassinato de Franklin Roosevelt, em 1933, tivesse sido bem sucedida?

E se os países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália) tivessem ganho a guerra?

Quão diferente seria o mundo nos dias de hoje?

 

São precisamente essas questões que The Man In The High Castle coloca na mente do espectador. Adaptado do romance homónimo de Philip K. Dick e, apesar de já ter sofrido várias tentativas de adaptação à televisão, foi pelas mãos de Ridley Scott e Frank Spotnitz que teve a sua estreia oficial em Janeiro de 2015, no canal Amazon. Nessa data apenas foi libertado o primeiro episódio, deixando os espectadores numa enorme curiosidade que duraria até meados de Novembro, quando os restantes nove episódios da temporada foram libertados. Quanto ao estado actual permanece incógnito, uma vez que, nem os produtores, nem a emissora revelaram detalhes acerca de uma possível segunda temporada. No entanto, a Amazon apostou fortemente na campanha publicitária desta série, sendo mesmo alvo de grande controvérsia, pelo que, tudo leva a crer que existirá uma continuação nesta história.

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A acção passa-se em 1962, quinze anos após o final da Segunda Guerra Mundial, porém, num mundo em que as potências do Eixo ganharam a mesma. A dizimação foi total. Em África houve uma escravização total do continente. Os Estados Unidos da América foram divididos em três zonas: O Grande Reich Nazi, os Estados Pacíficos Japoneses e a Zona Neutra, que separa os dois primeiros. 

Juliana Crain (Alexa Davalos) vive em San Francisco, nos Estados Pacíficos Japoneses, onde frequenta aulas de aikido e aprende os costumes do povo soberano. Tudo muda quando Juliana encontra a sua meia-irmã, Trudy Walker, que lhe entrega um saco, sendo de seguida executada pela Kempeitai, a polícia secreta Japonesa. Juliana, horrorizada, foge. Já em casa, verifica o conteúdo do saco, um filme e um bilhete de autocarro. Ao assistir ao filme com o seu namorado, Frank Frink (Rupert Evans), a protagonista percebe que se tratam de imagens de uma realidade em que os Aliados ganharam a guerra.

Com o desejo de obter respostas, Juliana decide ocupar o lugar da sua irmã. Apanha o autocarro, com o bilhete de Trudy, até Canon City, na zona neutra, onde deverá encontrar um agente da resistência a quem deverá entregar o filme. No entanto, com o desaparecimento de Jules, Frank é preso pela Kempeitai, sendo torturado por informações.

Entretanto, em Nova Iorque, Joe Blake (Luke Kleintank) alista-se na resistência e é encarregue da sua primeira missão, transportar um camião cheio de cafeteiras até Canon City, onde se encontrará com outro membro da resistência. Contudo, nem tudo é o que parece ser e, Joe é um agente nazi, que responde directamente ao Obergruppenführeer John Smith (Rufus Sewell).  

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No meio desta trama que se torna cada vez mais densa ao longo dos dez episódios, assistimos ainda ao aumento da incapacidade de Hitler e ao aumento da tensão entre as duas potências hegemónicas. Neste panorama, os filmes são objectos da máxima importância para todos os envolvidos, podendo por em risco o futuro do Reich e do Império Japonês.

Apesar de toda esta distopia face à realidade que nós conhecemos, a série tem uma trama muito boa, criando bons momentos de tensão, sobretudo entre o triângulo amoroso Frank-Juliana-Joe. Existem também bons momentos de suspense, principalmente no final de cada episódio, deixando-nos com vontade de ver o seguinte (foi assim que vi a série em dois dias, ahah!). Quanto às interpretações, nenhuma é digna de louvor, estando todas no nível mediano. Já a realização tem o seu mérito aqui reconhecido, não deixando nenhum pormenor ao acaso, fazendo a ponte perfeita entre o mundo em que os Aliados ganharam e o da série.

Este é o tipo de série que nos deixa a questionar “e se?”. Coloca na nossa mente as questões que dão ínicio a este post. Não é de todo o meu género favorito, pois sci-fi e realidades alternativas deixam-me sempre um pouco de pé atrás. No entanto, devido ao drama e suspense que a série revelou atribuo uma classificação de:

 

Classificação: 7/10

Séries da minha vida #33 - You're The Worst

You’re the Worst é uma série de comédia de 2014, criada por Stephen Falk, inicialmente para a FX e agora para a FXX. Conta actualmente com duas temporadas, estando já a terceira confirmada para o próximo ano. 

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Ao longo de 23 episódios, de vinte minutos cada, You’re the Worst conta a história de Jimmy Shive-Overly (Chris Geere), um escritor inglês, e Gretchen Cutler (Aya Cash), uma relações públicas musical. Jimmy é convidado para o casamento de Becca, sua ex-namorada, mas acaba por ser expulso do mesmo, conhecendo Gretchen, amiga de Lindsay, irmã da noiva. Ambos têm personalidades fortes, auto-concentradas e, até mesmo, tóxicas, porém, acabam por se envolver. A partir desse acontecimento a série foca-se na forma como os dois protagonistas tentam manter uma espécie de relação, a longo prazo, sem se destruirem.  Paralelamente, a série aborda ainda a vida de Edgar Quintero (Desmin Borges), colega de casa de Jimmy, o casamento de Becca e Vernom e ainda o casamento de Lindsay (Kether Donohue).

Apesar da simplicidade do plot, esta é uma comédia bastante cativante, tanto pelos protagonistas como pelas histórias criadas em torno dos personagens secundários. Estes são tão bem desenvolvidos quanto os principais, dando ao espectador uma perfeita percepção das suas personalidades.

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Não se trata de uma daquelas comédias-românticas cujos diálogos e os personagens enjoam o espectador. Esta é uma série que prima pela ausência de clichés e pela presença de diálogos inteligentes, cómicos e com óptimas referências. Ambos os protagonistas, Chris Geere e Aya Cash, fazem um trabalho excelente, sendo carismáticos, confiantes e extremamente engraçados, tal como o restante elenco. Outro ponto forte reside na banda sonora e na forma como é encaixada com o timing certo.  Apesar de existirem cenas de cariz sexual, estas são bem construídas, não caindo na vulgaridade e banalidade.

Se procuram uma comédia engraçada, com o seu quê de romance mas, sem todos aqueles clichés e cenas que já todos conhecemos, You’re the Worst é a série para vocês!

 

Classificação: 9/10

 

Já viram? Ficaram com vontade de ver?

Séries da minha vida #32 - Arrested Development

Sou grande apreciadora de séries de comédia, porém muito esquisita na forma como a esta é feita e transmitida. Não gosto daquele entretenimento fácil através de piadas descabidas e sem sentido. Na minha opinião, comédia tem que ser inteligente, com as referências certas e com o timing perfeito. Por isso, hoje trago-vos uma série de televisão com essas características – Arrested Development

 

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Esta sitcom de 2003, que em Portugal teve a denominação De Mal a Pior, foi criada por Mitchell Hurwitz, tendo Ron Howard como produtor executivo e narrador.  Conta, actualmente, com quatro temporadas, as três primeiras exibidas pela FOX e a última pela Netflix, em 2013. O número de episódios por temporada é variável, nunca sendo superior a vinte. Já a sua duração é de vinte minutos nas três primeiras temporadas e meia hora a trinta e cinco minutos na quarta.

Arrested Development procura abordar as vivências diárias de umaa família extremamente disfuncional. Nas primeiras três temporadas a história foca-se em Michael Bluth (Jason Bateman), um pai viúvo, cujo próprio pai, George Bluth (Jeffrey Tambor) foi preso, acusado de vários crimes de fraude e evasão fiscal. Michael, o filho do meio, perante esta situação não tem outra opção senão manter a família junta e ressuscitar os negócios da mesma. No entanto, esta não é uma família normal, são os Bluth!

A mãe, Lucille (Jessica Walter) é uma socialite alcóolica, tenaz e sarcástica. George Oscar, ou Gob (Will Arnet), é o irmão mais velho de Michael, tem uma carreira fracassada no mundo da magia e vive desesperado pela atenção do pai, George Sr. Buster (Tony Hale) é o irmão mais novo, que nunca fez nada proveitoso da vida e vive na sombra da mãe. Lindsay (Portia de Rossi) é a irmã, completamente alienada da realidade, tal como o seu marido, Tobias Fünke (David Cross), um psiquiatra que desistiu da medicina para perseguir uma carreira como actor.  George-Michael Bluth (Michael Cera) é o filho de Michael, que tem uma paixão por Maeby (Alia Shawkat) , a sua prima, filha de Lindsay e Tobias.

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Na quarta temporada, emitida dez anos após o inicio da série, a abordagem é diferente. Já não se foca na demanda de Michael em manter a família junta, já não é o De Mal a Pior da família, mas sim o de cada personagem isoladamente. 

Arrested Development destaca-se das restantes sitcoms por ser filmada com uma única câmara e, pelo facto de o seu formato se aproximar bastante a um documentário. Como referi no ínico do post, a série detaca-se por ter uma comédia inteligente, recheada de ironia nas entrelinhas e personagens egocêntricos e estranhos.  As minhas favoritas são precisamente os mais alienados de todos – Tobias e Buster.

Na minha opinião, as três primeiras temporadas são excelentes, muito engraçadas mesmo! Mas a partir do momento em que a FOX cancelou a série e a Netflix a comprou anos mais tarde, Arrested Development perdeu o gás e como tal, também a continuação da história dos Bluth. Com episódios mais longos, uma história re-aproveitada e momentos muito pouco engraçados, a quarta temporada acaba com toda a graça da série. Na era FOX foi ainda nomeada para inúmeros prémios, tendo arrecadado 6 Emmys e 1 Globo de Ouro. Foi uma série consagrada que contou com a participação de várias personalidades famosas, com Liza Minelli no papel de Lucille Austero.

Actualmente encontra-se renovada para uma quinta temporada, também a cargo da Netflix, ainda sem data de emissão conhecida.

 

Classificação: 8/10

 

Já viram? Gostaram? Qual a vossa opinião?

Séries da minha Vida #31 - Friends

Quando a D. vos convidou a fazer uma maratona de Friends, eu já me encontrava a fazê-la. No total, já assisti aos 236 episódios que compõem as dez temporadas, três vezes.

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Considerada uma das melhores séries de comédia de sempre, é bastante aclamada pela crítica especializada e pelos inúmeros fãs que coleccionou ao longo de várias gerações.

Criada por David Crane e Martha Kauffman , foi exibida pela NBC entre 1994 e 2004, tendo um plot bastante simples:

It's about sex, love, relationships, careers, a time in your life when everything's possible. And it's about friendship because when you're single and in the city, your friends are your family. 

O protagonismo era todo entregue a um grupo de seis amigos, habitantes de Manhattan:

  • Joey Tribbiani (Matt LeBlanc) – é um actor que adquire fama após ser protagonista da novela Days Of Our Lives. É colega de casa de Chandler e conhecido por flertar com todas as mulheres que se cruzam no seu caminho, utilizando a frase “Hey! How you doing?”.
  • Phoebe Buffay (Lisa Kudrow) – a sua mãe suicidou-se, o pai fugiu, o padrasto está preso e a irmã gémea é psicótica. É a mais excêntrica do grupo, é vegetariana, massagista profissional e cantora (célebre pelo seu Smelly Cat).
  • Rachel Green ( Jennifer Aniston) –  uma rapariga rica e mimada que abandona o noivo no altar. Posteriormente encontra Monica, uma amiga de escola, que a acolhe em sua casa, ajudando-a a crescer e integrar-se no mundo real, muito diferente daquele em que Rachel vivia. Ao longo de todas as temporadas podemos assistir à sua relação com Ross, que nem sempre é perfeita e da qual acaba por nascer a filha de ambos – Emma. 

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  • Monica Geller (Courtney Cox-Arquette)–  irmã de Ross, é Chef  e detém uma personalidade bastante forte – competitiva, obcessiva com as limpezas e extremamente organizada. De adolescente obesa evoluiu para uma mulher linda, a anfitriã da série. Monica acaba por ser a cola que une todas as personagens entre si, acabando por se envolver com Chandler na sexta temporada.
  • Chandler Bing (Matthew Perry) – a mais cómica de todas as personagens, não perde uma oportunidade de fazer rir o espectador. É processador de dados estatísticos até à recta final da série, em que se despede para fazer algo que realmente o agrada – publicidade. A sua mãe é uma escritora de romances eróticos e o pai um travesti, o que faz surgir certas dúvidas face à sexualidade de Chandler.
  • Ross  Geller (David Schwimmer) – irmão mais velho de Monica, é paleontólogo e ao longo da série divorcia-se três vezes – de Carol, lésbica e mãe do seu filho Ben, de Emily, a quem chamou Rachel no dia do casamento, e de Rachel (após casarem em Las Vegas).  É o mais inteligente e vive apaixonado por Rachel desde o liceu.

 

Ainda hoje, esta extraordinária série continua a agarrar milhares de espectadores! Personagens fantásticas, tão diferentes entre si mas tão unidas pela amizade, fazem-nos querer viver uma história assim, em que todos os dias são compostos por gargalhadas infinitas e momentos de alegria contínua.

É considerada uma das melhores séries de sempre, tendo ganho vários prémios – Emmy, SAG’s, Golden Globes, entre outros. 

A série teve um spin-off centrado na personagem de Matt LeBlanc, Joey, que não foi muito bem aceite, quer pela crítica, quer pelos espectadores, que ainda aguardam ansiosos por um regresso dos seis amigos.  

 

Se ainda não viram estão a perder um dos melhores espectáculos televisivos de sempre. Se já viram, revejam!

 

Qual a vossa personagem favorita?

 

Classificação: 10/10

Séries da minha vida #30 About a Boy

No mês passado andava à procura de uma comédia para me distrair, uma vez que na altura ainda nenhuma das que costumo acompanhar tinha começado. Deparei-me com About a Boy ou Era uma vez um Rapaz, e pensei "Não é tarde, nem é cedo, é mesmo esta que vou ver". Estreada em Fevereiro do ano passado foi (infelizmente) cancelada ao fim de duas temporadas, tendo sido transmitida pela NBC. Com 33 episódios de cerca de 20 minutos, é baseada na obra com o mesmo título de Nick Hornby, publicada em 1998, e que também já tinha sido adaptada ao cinema.

Nunca tive oportunidade de ler o livro, mas já vi algumas vezes o dito filme de 2002, que de certeza que conhecem, uma vez que conta com Hugh Grant, Nicholas Hoult e Toni Collette nos papéis principais. Neste caso são David Walton, Benjamin Stockham e Minnie Driver a interpretar estes mesmos papéis, respectivamente.

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A premissa é deveras simples: Fiona Bowa (Minnie Driver) e o seu filho Marcus (Benjamin Stockham) mudam-se para a casa imediatamente ao lado da de Will Freeman (David Walton) que, como o próprio nome indica, é um homem solteiro e livre, que vive a sua vida sem preocupações, a não ser divertir-se, nem precisando de trabalhar, porque há vários anos foi responsável pela letra de uma famosa canção de Natal, que lhe rende dinheiro até hoje.

Estes vizinhos não podiam ser mais diferentes: Fiona e o seu filho são uma espécie de hippies do século XXI, vegans, budistas, e adeptos de expressar os seus sentimentos através das formas mais originais, mantendo uma relação de grande cumplicidade (a roçar a de Norma e Norman Bates, de acordo com Will), e que apesar de serem frequentemente alvo de piadas devido ao seu estilo de vida, se mantêm persistentemente fiéis a si próprios.

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Apesar de ter uma personalidade naturalmente feliz, Marcus sente falta de algo na sua vida: um amigo (sem ser a mãe, ele não tem mais ninguém). É então que por um acaso do destino, ele entra na vida de Will, e imediatamente se apega a este homem-criança que, por muito que goste de ter comportamentos adultos, como ir a festas, beber ou namorar, é tão irresponsável e imaturo como uma criança. 

Por muito diferentes que sejam, Will e Marcus acabam por construir uma amizade benéfica para ambos, e que os ajuda a ambos a crescer e a aceitar as diferenças nos outros. Juntamente com Fiona acabam por construir uma espécie de família excêntrica e deveras peculiar. Além deste núcleo, os personagens mais recorrentes são Andy (Al Madrigal), o melhor amigo de Will, e a sua controladora mulher Laurie (Annie Mumolo), que são pais de três crianças. Andy é mais maduro do que Will, mas por vezes inveja a sua liberdade.

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Que posso eu dizer acerca desta série, a não ser que a adorei? 

Muito bem escrita, com imensas cenas de morrer à gargalhada em praticamente todos os episódios, e que dão vontade de repetir uma e outra vez, About a Boy conquistou-me pela sua simplicidade e pelas cenas de genuína empatia, amizade e amor entre os seus personagens. É o que se pode chamar uma série heart warming, que me deixou sempre feliz e divertida ao vê-la, isto sem se tornar lamechas, nem aborrecida, e acima de tudo com vontade de ver mais. 

Comparativamente com o filme, a série é bastante mais light e divertida, sendo que o facto de ser mais longa lhe permite obviamente desenvolver mais os personagens. Assim, gostei mais destas versões do trio principal, em que Will e Fiona são bastante menos melancólicos e depressivos, e Marcus é verdadeiramente adorável. O primeiro episódio presta homenagem a vários momentos do filme, mas é também o mais aborrecido. A vantagem é que a partir daí é sempre a melhorar, sendo que a segunda temporada consegue manter a boa qualidade da primeira.

Não sendo a série mais original e impactante que tenha tido oportunidade de ver, é sem dúvida uma das melhores comédias que acompanhei pela sua consistência, qualidade de actores e de argumentos, e acima de tudo pelos muitos bons momentos.

Vou ter muuuuuuuuuuuitas saudades, e tenho imensa pena que uma série tão boa tenha sido cancelada (aquele fim!), enquanto que produtos de muito pior qualidade continuam a ser infinitamente renovados. Enfim...

 

Classificação: 8/10