Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

La Vie en Chérie

Para os apaixonados por moda, cinema, livros e por uma vida doce e divertida

Livraria Chérie #12 Voo Final

Ontem terminei a leitura de Voo Final, um romance de espionagem do escritor britânico Ken Follett, publicado em 2002, e cujo título original é Hornet Flight. Este livro encontra-se dividido em quatro partes, as quais por sua vez estão divididas em capítulos, num total de 33.

A narrativa decorre em plena II Guerra Mundial, sendo que o grande problema que despoleta a acção é o facto de os aviões ingleses enviados para lutar contra as tropas alemães estarem a ser constantemente abatidos, como se estes pudessem de alguma forma detectá-los. A história divide-se entre dois grandes espaços: a Inglaterra e a Dinamarca, país onde decorre a maioria da acção, e foca-se em três protagonistas que se encontram todos envolvidos nesta situação de formas diferentes. Temos Harald Olufsen, um jovem estudante dinamarquês muito inteligente que numa das suas deambulações pela sua ilha natal faz uma descoberta muito interessante; Hermia Mount, uma agente do MI6 responsável pela espionagem na Dinamarca, e que é também a noiva inglesa do irmão de Harald; e por fim Peter Flemming, um detective da polícia dinamarquesa extremamente fiel aos seus deveres e que tem uma história com a família Olufsen.

Ken Follett - Voo Final.jpg

Neste livro, como já se devem ter apercebido, todos os personagens estão de alguma forma ligados uns aos outros, convergindo cada vez mais à medida que vamos avançando na leitura. Cada um dos três protagonistas é caracterizado de uma forma complexa, com muitas áreas cinzentas que fazem com que a nossa opinião sobre eles varie. Todos os acontecimentos por que cada um deles passa vão ter impacto no seu futuro, mesmo as situações que pareciam mais insignificantes. A história decorre a um bom ritmo, tendo a primeira metade sido especialmente interessante para mim, por estar a descobrir as motivações dos personagens, e a tentar adivinhar o seu futuro. 

A escrita de Ken Follett é irrepreensível e muito cativante, o que faz dele um verdadeiro contador de histórias, que conseguem aliar muito bem vários temas. Contudo, e embora eu perceba que seja necessário, por vezes alonga-se demasiado na explicação do funcionamento do aviões, o que para uma leiga na matéria como eu, se torna bastante aborrecido, além de por vezes cair em determinados clichés que já estávamos à espera, e apresentar muitas coincidências, mas que perdoamos, tendo em conta a restante qualidade da narrativa. Fora isso, este é um livro que apesar de ter a espionagem como tema central, consegue aliar muitas outras vertentes à sua história, dando-lhe mais humanidade e permitindo-nos simpatizar mais com os personagens e o seu percurso. O meu favorito foi sem dúvida o personagem de Harald, não só por ter o carácter mais afável, mas também porque os seus capítulos são os que se focam mais numa vida quotidiana em tempo de guerra, permitindo-me conhecer um pouco da vida durante a guerra, e oferecendo-me uma nova perspectiva do tema.

Ao contrário do que se poderia esperar, o livro não aborda muito a perspectiva alemã da guerra, nem os horrores cometidos, preferindo focar-se numa outra visão da época: a dos que, estando sob domínio alemão, ainda tinham alguma liberdade, estando numa espécie de limbo, como foi o caso dos habitantes da Dinamarca. Achei esta perspectiva muito refrescante, até porque os alemães que aparecem no livro não são caracterizados como "o bicho papão", mas parecem pessoas normais como uma ideologia retorcida.

Sem dúvida um óptimo livro que gostei bastante de ler e que recomendo, não só aos fãs dos temas da espionagem e da II Guerra Mundial, mas a quem quer que goste de um bom romance de aventuras com personagens interessantes.

 

Classificação: